ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
29-11-2010.
Aos vinte e nove dias do mês de novembro do ano de
dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato,
Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul
Torelly, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol e Toni Proença. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Carlos
Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Maristela Maffei, Maurício
Dziedricki, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro
Ruas, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Após,
foram apregoados os Ofícios nos 1063, 1064, 1061 e 1062/10, do
senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei Complementar
do Executivo nos 013 e 014/10 e os Projetos de Lei do Executivo nos
058 e 059/10 (Processos nos 4240, 4243, 4244 e 4245/10, respectivamente).
Também, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo: nº 035/10, de autoria da vereadora Maria
Celeste, hoje, na solenidade de abertura do Seminário “Em Foco: Aplicabilidade
da Lei Maria da Penha”, no Auditório do Hospital Materno-Infantil Presidente
Vargas, às treze horas e trinta minutos, em Porto Alegre; e nº 020/10, de
autoria do vereador Toni Proença, amanhã, na solenidade de abertura do
Seminário “Nossas Redes: Formando Formadores, Repensando os Serviços de
Proteção”, às oito horas, no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo, em Porto
Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício nº 1024/10, do senhor Prefeito;
e Comunicados nos 130740, 130741, 130742, 130743, 130744, 130745 e
130746/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE. A seguir, o senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Talis Fernando Rosa da Rosa e à senhora
Elaine Oliveira Soares, do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, que
apresentaram dados epidemiológicos acerca das condições de saúde da população
negra no Município, propugnando por políticas públicas que viabilizem o combate
à discriminação racial e melhorias efetivas nos serviços públicos de saúde a
que têm acesso os porto-alegrenses. Ainda, nos termos do artigo 206 do
Regimento, a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Reginaldo Pujol,
Airto Ferronato, Luiz Braz, Dr. Raul Torelly, Toni Proença, Tarciso Flecha
Negra e Carlos Todeschini manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Airto Ferronato,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
continuidade, o senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da deputada
federal Luciana Genro, convidando-a a integrar a Mesa dos trabalhos e informando
que Sua Excelência comparece nesta Casa para proceder à entrega de convite para
o Ato Público “A Democracia permite, a Justiça não faltará!”, a ser realizado
no dia seis de dezembro do corrente, às dezoito horas e trinta minutos, no
Auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Pedro Ruas. Na ocasião, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Elias Vidal, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia seis de dezembro do corrente,
tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança a suplente Maristela
Maffei, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Também, os vereadores Sofia Cavedon, Nilo Santos,
Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Paulinho
Rubem Berta, Tarciso Flecha Negra, João Antonio Dib e Maristela Maffei manifestaram-se
acerca do pronunciamento do vereador Pedro Ruas, em Comunicação de Líder, em
saudação à deputada federal Luciana Genro. A seguir, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado homenagear a Associação Riograndense de Imprensa –
ARI –, nos termos do Requerimento nº 082/10 (Processo nº 3917/10), de autoria
do vereador Reginaldo Pujol. Compuseram a Mesa: vereador Nelcir Tessaro,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o senhor Ercy Pereira Torma,
Presidente da Associação Riograndense de Imprensa; e o senhor Lauro Hagemann,
ex-vereador deste Legislativo e Cidadão Honorário de Porto Alegre. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol, como proponente e
em tempo cedido pelo vereador Alceu Brasinha, Adeli Sell, Airto Ferronato e
Sebastião Melo, este em tempo cedido pelo vereador Bernardino Vendruscolo.
Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Ercy Pereira Torma, que,
em nome da Associação Riograndense de Imprensa, agradeceu a homenagem prestada
por este Legislativo. Em prosseguimento, foi apregoado o Ofício nº 1060/10, do
senhor Prefeito, informando que se ausentará do Município das dezoito horas e
seis minutos do dia de amanhã até as vinte e três horas e trinta e cinco
minutos do dia dois de dezembro do corrente, quando participará da XV Cúpula da
Rede Mercocidades e da 58ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, no
Município de Belo Horizonte – MG –, e da cerimônia de entrega do XVIII Prêmio
Volvo de Segurança no Trânsito – 2009/2010 –, no Município de Curitiba – PR. A
seguir, por solicitação do vereador João Antonio Dib, foi realizado um minuto
de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Jarbas Macedo Haag,
falecido no dia vinte e sete de novembro do corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se os vereadores Nelcir Tessaro e Nilo Santos. Às dezesseis horas
e vinte e nove minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Após, o vereador Beto Moesch manifestou-se,
informando ter participado da cerimônia de instalação da primeira Delegacia
Especial de Meio Ambiente no Estado do Rio Grande do Sul, ocorrida hoje, em
Porto Alegre. Em
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 081/10 (Processo nº
1746/10), por dezessete votos SIM, cinco votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, em
votação nominal solicitada pelo vereador Nelcir Tessaro, tendo votado Sim os
vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos
Todeschini, Dr. Raul Torelly, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio
Dib, Luiz Braz, Mario Manfro, Maristela Maffei, Paulinho Rubem Berta, Paulo
Marques, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal,
votado Não os vereadores Adeli Sell, DJ Cassiá, Maurício Dziedricki, Mauro
Zacher e Nilo Santos e optado pela Abstenção os vereadores Engenheiro
Comassetto, João Bosco Vaz, Mauro Pinheiro e Sebastião Melo. A seguir, foram
aprovados Requerimentos de autoria do vereador João Antonio Dib, solicitando a
retirada de tramitação dos Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
005/00, 004/01 e 011/04 (Processos nos 1121/00, 1115/01 e 3547/04,
respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 061/07 (Processo nº 1827/07), após ser discutido pela
vereadora Maristela Maffei e pelos vereadores Adeli Sell, Idenir Cecchim, Luiz
Braz, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Beto Moesch, Airto Ferronato e Mauro
Pinheiro. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 061/07, os
vereadores Bernardino Vendruscolo, João Antonio Dib, Paulo Marques, João Bosco
Vaz e Alceu Brasinha cederam seus tempos de discussão, respectivamente, à
vereadora Maristela Maffei e aos vereadores Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Beto
Moesch e Idenir Cecchim. Na oportunidade, foi rejeitado Requerimento de autoria
do vereador Sebastião Melo, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da
votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 061/07, por seis votos SIM, quinze
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Mauro Pinheiro, Luiz Braz, Pedro Ruas e João
Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo
votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Mauro Pinheiro e Toni Proença, votado Não os vereadores
Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Luiz Braz, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho
Rubem Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso
Flecha Negra e optado pela Abstenção o vereador João Antonio Dib. Na ocasião, a
vereadora Maristela Maffei manifestou-se acerca das atividades desenvolvidas
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Foi aprovado o
Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 061/07, por
dezoito votos SIM e sete votos NÃO, considerando-se prejudicado o Projeto
original, em votação nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado
Sim os vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul Torelly, Dr.
Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra e Toni Proença e Não os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro e Nilo Santos. Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 061/07, por quatorze votos SIM e onze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e
Não os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Fernanda Melchionna,
Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Pedro Ruas,
Sebastião Melo e Toni Proença, votação esta declarada nula pelo senhor Presidente,
em face do descumprimento do disposto no artigo 22 do Regimento. Na
oportunidade, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos
vereadores Pedro Ruas, Sebastião Melo, Bernardino Vendruscolo e Luiz Braz, o senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação e da
possibilidade de renovação da votação da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 061/07. Após, o vereador Nelcir
Tessaro afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do
Regimento. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Substitutivo nº 01 ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 061/07, por dezesseis votos SIM e nove votos NÃO, em
votação nominal solicitada pelo vereador Mauro Pinheiro, tendo votado Sim os
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, João Carlos Nedel,
Maristela Maffei, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo
Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e Não os vereadores
Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir
Cecchim, João Antonio Dib, Nilo Santos, Pedro Ruas e Sebastião Melo. Foi aprovada
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 061/07, por dezoito votos SIM e sete votos NÃO, em votação
nominal solicitada pelo vereador Mauro Pinheiro, tendo votado Sim os vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly,
Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e Não os
vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza,
Idenir Cecchim, João Antonio Dib e Nilo Santos. Em continuidade, o vereador Nelcir
Tessaro reassumiu a presidência dos trabalhos da presente Sessão. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 047/10 (Processo
nº 4111/10). A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador João
Antonio Dib, deferido pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque
do artigo 2º do Projeto de Lei do Executivo nº 049/10 (Processo nº 4113/10). Em
Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº
049/10 (Processo nº 4113/10), após ser discutido pela vereadora Fernanda
Melchionna. Foi votado destacadamente e rejeitado o artigo 2º do Projeto de Lei
do Executivo nº 049/10. Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 049/10.
Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo nos
050 e 051/10 (Processos nos 4114 e 4115/10, respectivamente). Às
dezoito horas e quarenta e quatro minutos, esgotado o prazo regimental da
presente Sessão, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Nelcir Tessaro, Mauro Pinheiro e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo
vereador Bernardino Vendruscolo. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto
relativo a dados epidemiológicos da saúde da população negra em Porto Alegre. O
tempo regimental de dez minutos para a manifestação dos representantes do
Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre será dividido entre dois oradores,
o Sr. Talis Fernando Rosa da Rosa e a Srª Elaine Oliveira Soares.
O Sr. Talis Fernando Rosa da Rosa está com a
palavra.
O SR. TALIS
FERNANDO ROSA DA ROSA: Boa-tarde a todos e a todas; Srs. Vereadores, a
agenda que o Conselho Municipal pediu que trouxéssemos hoje a esta Casa é no
sentido discutirmos algumas questões que há anos vêm sendo trazidas pelos
movimentos sociais, principalmente pelo Movimento Social Negro, sobre a saúde
da população negra nesta Cidade e neste Estado. É fundamental que se diga que a
saúde da população negra está cada vez mais preocupante. Parabenizamos a Secretaria
Municipal de Saúde, que pela primeira vez - provavelmente foi a única
Secretaria no Brasil - apresentou um trabalho específico, numa edição especial
do seu boletim, sobre os dados epidemiológicos da saúde da população negra. Os
dados desse boletim, que hoje pode ser acessado em todas as redes - espero que
tenha passado por esta Casa -, deixam-nos cada vez mais preocupados com doenças
que a gente achava que já estavam basicamente em processo de erradicação no
nosso País. Em Porto Alegre, vemos os dados em termos de tuberculose, DST,
Aids, Sífilis; enfim, é uma série de dados principalmente em relação aos
moradores das periferias.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. ELAINE
OLIVEIRA SOARES: Boa-tarde! É com prazer que, representando a
Secretaria Municipal da Saúde, venho apresentar nesta Casa o primeiro boletim
epidemiológico realizado no Município de Porto Alegre, e, como uma experiência,
ele foi para a página do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde,
porque é uma experiência no Brasil todo. Foi o primeiro boletim no Brasil que
trouxe dados de Saúde específicos por raça, cor, falando da saúde da população
negra.
No Brasil todo, homens negros e mulheres negras
morrem mais do que a população branca. A população negra, pela questão do
racismo institucional, pelo acesso discriminatório aos serviços de Saúde, passa
muitas vezes por experiências de nascer, de viver, de adolescer e morrer muito
mais difíceis do que as outras populações. Jovens negros com idade entre 15 e
24 anos têm três vezes mais chance de morrer por homicídio no Município de
Porto Alegre, e isso se reflete no cenário brasileiro. É por isso que a
Secretaria da Saúde vem implementando a Política Nacional de Saúde da População
Negra e, com apoio do Conselho Municipal de Saúde, criou, no ano passado, a
Área Técnica de Saúde da População Negra. A Política Nacional de População
Negra hoje não é apenas mais uma política, é uma lei que está prevista no
Estatuto da Igualdade Racial. Então, por si só, ela deve ser implementada e
efetivada em todas as esferas de gestão. Ela traz o reconhecimento do racismo,
as desigualdades étnico-raciais e o racismo institucional como determinantes sociais
das condições de saúde, com vistas à promoção da equidade à saúde.
As mulheres negras, na hora da sua consulta de
pré-natal, recebem menos informações do que as mulheres brancas, porque existe,
no cenário brasileiro, na cultura brasileira, a ideia de que homens negros,
mulheres negras não têm a mesma condição de entendimento que o resto da
população. As mulheres negras recebem menos informação, elas acessam menos o
pré-natal, e, quando vão fazer o parto, não é oferecida a anestesia como é
oferecida a outras mulheres. Então, precisamos ter políticas efetivas que
reconheçam que existe o racismo na Saúde. Por isso há uma política nacional e
já há uma política estadual, e, no Município, também já estamos trabalhando,
fazendo com que essa política seja institucionalizada em todas as esferas.
Para o ano de 2011, os quatro quilombos que existem
aqui em Porto Alegre terão equipes de saúde da família. Dois quilombos já estão
sendo atendidos pelo Programa Saúde de Família modelo, e, no ano que vem, no
primeiro semestre, os outros dois quilombos também serão atendidos por outras
duas equipes de saúde da família. Já iniciamos cursos, com um fundo das Nações
Unidas, para os trabalhadores de saúde, para o reconhecimento do racismo, para
que eles saibam o quanto precisam reconhecer o seu público, os seus usuários e
como precisam atender com direito, com equidade, com respeito, sem discriminar
pela sua origem étnica, pela sua religião, porque muitos discriminam pelas
religiões afro-brasileiras, que a maioria a população negra segue. Então, elas
precisam ter o mesmo atendimento e as mesmas informações. As campanhas precisam
incluir a população negra. Nós não podemos fazer uma campanha publicitária em
que dez sejam pessoas brancas, em que não haja uma pessoa negra, porque a
população negra, no Brasil, corresponde a 50% da população e, em Porto Alegre,
corresponde a 20%. Então, o negro tem que participar das campanhas de mídia em
Porto Alegre.
A Coordenação da Vigilância em Saúde, no ano que
vem, iniciará uma série de cursos com os trabalhadores da Saúde para que eles
coletem, de forma qualificada, o quesito raça/cor, para a gente saber a real
conjuntura dos dados epidemiológicos, porque ainda há uma subnotificação, e é
necessário sabermos por que morre mais, por que morre menos. Quanto à doença
falciforme, já implementamos, em Portaria Municipal, um grupo de trabalho para
criar a política municipal de doença falciforme, porque, no Município, nós
temos várias pessoas que vivem com a doença, e o traço é muito grande no nosso
Município. É isso, obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos a Srª Elaine Oliveira Soares a fazer
parte da Mesa.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho, em nome do
nosso Partido, o Partido Socialista e Liberdade, em meu nome e no do Ver. Pedro
Ruas, primeiro, agradecer a excelente explanação que fizeram o Conselheiro
Talis e a Enfermeira Elaine, trouxeram dados que são de fato gritantes.
Evidentemente, o racismo institucionalizado, a discriminação por muitos anos
negada e o déficit histórico que o Estado Brasileiro tem com a população negra,
de fato, repercutem na questão da Saúde no Município de Porto Alegre. Então,
tem de haver o nosso comprometimento, enquanto Câmara Municipal, em relação a
isso, com objetivo de apoiar a mobilização do Movimento Negro, dos quilombolas,
das comunidades, que seguem reivindicando os seus direitos.
Recentemente tivemos
o censo, que, pela primeira vez, vai mostrar que a maior parte da nossa
população é negra, e há dados que comprovam os índices de mortandade muito mais
na população negra, justamente nas periferias do nosso País, algo que se
reflete também em Porto Alegre. Não é a toa que, quando vemos as estatísticas
das maiores periferias do Brasil, vemos que infelizmente os jovens homens
negros são os que mais morrem no Brasil.
Nós queremos nos
solidarizar e nos colocar à disposição nessa luta. De fato, é assustador o
relato que trouxe a Srª Elaine sobre a questão da diferença de atendimento no
Sistema Único de Saúde, das diferenças de tempo e dessa questão da anestesia em
relação às mulheres negras. Quero nos colocar à disposição, Elaine, para que
façamos essa investigação; que se reivindique imediatamente não só um
tratamento diferenciado como também políticas públicas específicas para doenças
que, na maioria das vezes, ocorrem na população negra, a exemplo da anemia
falciforme. De fato, o Estado apresenta um déficit em relação a essa luta, a
esse diagnóstico; em relação a pesquisas para combater essa doença e também na
implementação dos Programas de Saúde da Família nas quatro comunidades
quilombolas, bem como a participação dos negros nas campanhas da Prefeitura.
Então, em nome do
PSOL, quero me solidarizar e colocar o nosso Partido à sua disposição,
certamente toda a Câmara estará junto com vocês nessa luta, que é mais do que
necessária, é uma luta urgente, uma luta por justiça social, histórica. A população
negra não só merece como é seu direito, e nós temos que apoiar. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero saudar o Sr. Talis
Fernando Rosa da Rosa e a Srª Elaine Oliveira Soares, que hoje ocupam a Tribuna
Popular e o fazem com muita eficiência. Se me permitirem, quero dizer que
ajudei a engravatar o representante, até porque gostei muito da cor da gravata
que ele está vestindo, é sintomático.
Eu queria acentuar que este momento é muito
importante na Câmara. A Edição do Boletim Epidemiológico - Edição Especial para
a População Negra - faz este Vereador se orgulhar de fazer parte desse conjunto
que labuta na vida pública de Porto Alegre. O senhor tem razão, o Boletim é
pioneiro no Brasil! Mais uma vez Porto Alegre fica na frente. Isso me agrada
sobremaneira, porque, com muita frequência, aqui, como há muita miscigenação
racial, nós, gaúchos, somos acusados de sermos racistas. Eu repudio essa
colocação, repudio veementemente e observo que a prática nos autoriza a afirmar
exatamente o que estou afirmando, e este Boletim, muito bem elaborado, com
colocações adequadas, é uma contribuição muito forte que se dá à
desmistificação desse processo e à qualificação de um trabalho específico que
precisa ser realizado e que eu observo que começa a ser realizado com muito
critério, sobretudo com uma orientação específica, objetiva e bem centrada. E o
melhor de tudo: dá-se com a participação dos interessados diretamente, do
Conselho Municipal de Saúde, através de representantes adequados, são
integrantes da raça negra dando a sua contribuição neste Boletim
Epidemiológico, que eu quero saudar como um passo importantíssimo nesse
processo que começa a se desenvolver a passos largos, mas que tem que andar, e
andar bastante, para que esses primeiros passos não fiquem comprometidos.
Recebam meus cumprimentos! Voltem sempre, foi uma alegria para nós recebê-los no
dia de hoje.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, nossos ilustres visitantes, quero dizer que,
prestando atenção na explanação que fizeram, já foi possível perceber uma visão
bastante ampla da questão em si. Assim como o Ver. Reginaldo Pujol e vocês,
quero cumprimentar a Prefeitura Municipal e o Conselho pela elaboração deste
Boletim, que nos traz uma fotografia, mostrando, cientificamente, o problema
que temos aqui em Porto Alegre, algo que, na verdade, não é uma questão de
Porto Alegre, é de todo o País, daí o porquê da elaboração deste trabalho,
desta radiografia. Este Boletim é um instrumento que mostra ao povo brasileiro,
às autoridades de Porto Alegre, às autoridades de todo o Brasil, em nível
estadual, municipal e federal, a necessidade de investimentos e ações nessa
área, para reverter o quadro. O PSB e eu, pessoalmente, estamos juntos nessa
tarefa. Quero parabenizá-los pela apresentação, que foi bastante elucidativa.
Um abraço! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Mauro Pinheiro, quero cumprimentar os nossos amigos, que vêm trazer
essa notícia para o nosso Plenário, deixando um material para ser repassado
aqui pelos Vereadores e que é o mais bem produzido que vi nos últimos tempos
tanto em termos de dados como em termos de confecção de material. O que
notamos, e não precisa ser nenhum grande estudioso, é que basta dar uma volta
pela Cidade, principalmente nas regiões periféricas, para ver a grande
discriminação que acontece com o elemento negro. É só visitarmos o plenário de
uma Câmara de Vereadores, de uma Assembleia Legislativa ou de repente qualquer
outra instituição para ver a discriminação que sofre o elemento negro em nossa
sociedade. Infelizmente, algumas pessoas querem “tapar o sol com a peneira”,
dizendo que isso não é verdade, que isso é coisa do passado, que atualmente
isso não acontece mais...! É mentira, as coisas acontecem e estão acontecendo
agora.
Temos que ter ações firmes, como essa de os
senhores virem à Câmara de Vereadores, para fazer com que a sociedade tome
conhecimento dessa discriminação, para que ela possa se conscientizar de que
precisa, gradativamente, deixar de ser preconceituosa, ela precisa começar a
tratar todos de uma forma absolutamente igual. É claro que, se o negro está nas
condições de pobreza, como nós sabemos, dentro da nossa sociedade, ele está
muito mais vulnerável a qualquer tipo de doença, até porque, infelizmente, na
sociedade atual, a Saúde é feita, em todo o seu esquema, para atender as
pessoas mais ricas; enquanto isso, as pessoas mais pobres sempre são as mais
vulneráveis. Eu quero cumprimentar vocês por estarem nessa frente de luta,
quero me incorporar à luta de vocês. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Ver. Mauro Pinheiro, na presidência dos trabalhos; em nome da Bancada
do PMDB e da Bancada PP, por delegação do nosso decano João Antonio Dib,
dirijo-me aos nossos visitantes, Sr. Talis e Srª Elaine, para dizer que,
realmente - trabalho há 30 anos na área da Saúde atendendo a nossa periferia,
convivo diariamente, até hoje atendo na Vila Campo da Tuca, com o processo do
dia a dia da Saúde no SUS -, o SUS precisa avançar muito. Hoje nós temos, eu
diria, em função da questão socioeconômica do nosso País, um contingente muito
maior de pessoas negras sendo atendidas pelo SUS. É só verificar em um
consultório médico de uma área nobre da Cidade quantos pacientes são negros.
Aí, vamos até uma Unidade Básica de Saúde para ver quantos pacientes são
negros. Na realidade, temos muito mais do que um problema de discriminação
étnica; é uma questão que vem há muitos e muitos anos em nosso País: a questão
social, que tem que avançar; temos que valorizar o nosso povo negro. Vocês
estão aqui representando justamente isso nessa luta, com o apoio do Conselho
Municipal de Saúde - conhecemos sua estrutura, sua luta - e da própria
Secretaria. Quero externar, em nome das duas Bancadas, nosso apoio a vocês.
Realmente, enquanto médicos, enquanto Vereadores, estamos juntos nessa luta,
tentando instituir políticas públicas também em prol do povo negro, definindo
ações na Saúde para anemia falciforme, para hipertensão maligna, para HIV, para
tantos outros problemas, que realmente possa haver uma ação que faça a
diferença também para a nossa população negra. Obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, falo também pela Bancada do PCdoB - a Verª Maristela
Maffei me orgulha com esta incumbência. Em nome da Bancada do PPS, composta
nesta Casa pelo Ver. Paulinho Rubem Berta, pelo Ver. Elias Vidal e por este
Vereador, queria saudar o Talis e a Elaine pela manifestação, pela coragem de
afirmar o que todo mundo sabe e o que todo mundo esconde. Nós vivemos num País
em que há discriminação: o povo negro é discriminado, não recebe o mesmo
tratamento que o resto da sociedade, e isso tem que acabar. E só se acaba com
isso assim: lidando, informando, levando a todos o conhecimento. Bem disse o
Vereador que me antecedeu aqui: na verdade, quem tem que mudar não é vocês,
somos nós. E temos que ter esta conscientização instalando políticas públicas.
E elas se manifestam, principalmente - Elaine, tens razão -, no Orçamento.
Quando o Orçamento demonstra a afirmação das políticas públicas, aí, sim, dá
para acreditar que há intenção política de fazer com que as coisas mudem. Portanto,
parabéns pelo trabalho de vocês, contem com a Bancada do PPS e do PCdoB.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, em nome da Bancada do PDT, constituída nesta Casa pelo
nosso Líder, Ver. Mauro Zacher; pelos Ver. João Bosco Vaz, Ver. Dr. Thiago
Duarte, Verª Juliana Brizola e por este Vereador -, quero aqui saudar o Talis e
a Elaine. Que maravilha! É luta que parece até desigual, mas não é. Se a gente
tem essa coragem de lutar, a gente vai conseguir. Na Semana da Consciência
Negra, o Dr. Thiago fez uma palestra maravilhosa sobre a doença, sobre a saúde
do negro, mas temos que lutar por muito mais ainda. A Semana da Consciência
Negra é muito vazia, ela ocorre uma vez por ano. Então, isso esvazia muito. Que
esse conhecimento seja empregado em todas as palestras, nas escolas, para que
nós, negros, possamos vencer essa luta, esse preconceito tão grande, não só na
saúde, mas em tudo, que a gente consiga vencer essa luta. Por isso estou
lutando e vou continuar lutando mesmo que um dia eu não esteja mais na Câmara
de Vereadores. Estarei com vocês, contem com este Vereador, com este cidadão
negro que está aqui. Estarei com vocês, junto, de mãos dadas, para que a gente
lute, para que os negros consigam ser cidadãos neste País - cidadãos mesmo, não
cidadãozinhos; cidadãos de bem que também ajudaram a construir este País. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sr. Talis Fernando Rosa da Rosa e Srª Elaine Oliveira
Soares, da Secretaria de Saúde e do Conselho Municipal da Saúde, recebam os
nossos cumprimentos. Eu falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
formada nesta Casa pelo Ver. Comassetto, nosso Líder, e pelos Vereadores Adeli
Sell, Sofia Cavedon, Maria Celeste, Aldacir Oliboni, Mauro Pinheiro e por este
Vereador.
Esse é um assunto trazido de forma oportuna e
necessária. Também parabenizo aqui a Secretaria Municipal, pela elaboração,
pela apresentação deste Boletim, que, creio eu, deva ser o primeiro sobre esse
tema específico; isso já demonstra a sensibilidade e a preocupação da
Secretaria, que tem sido elogiada por nós, porque nós temos uma nova Secretaria
de Saúde. Passamos praticamente seis anos sem ninguém da comunidade ser ouvido,
mas agora temos uma Secretaria com uma postura diferente: tem enfrentado os
problemas, tem ido à comunidade, tem respeitado o Conselho Municipal de Saúde,
tem olhado e enfrentado todos os problemas que têm de ser enfrentados.
Então, deixo os nossos cumprimentos e a nossa
saudação pela manifestação dos dois representantes, Talis e Elaine. Com
certeza, nós temos, em parceria, muita luta a fazer. A Câmara de Vereadores,
por meio da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, já tratou e debateu vários
assuntos, em especial o tema da anemia falciforme, cujo produto, inclusive, foi
a criação de uma semana de conscientização sobre o problema. Assim como também
nós devemos olhar, de forma muito atenta, para o Orçamento que estamos votando
nos próximos dias, porque, sem orçamento, sem recursos e prioridades, não é
possível produzir as coisas. Temos que estar atentos, emendar, aperfeiçoar a
Peça Orçamentária, reforçando e prevendo recursos para os programas que devem
atentar para as questões epidemiológicas que afetam, em especial, a condição da
raça negra. Recebam nossos cumprimentos e contêm com a nossa parceria. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Damos por encerrada a Tribuna Popular, agradecemos
ao Conselho Municipal de Saúde, aos oradores Talis e Elaine. A Câmara Municipal
de Porto Alegre está sempre à disposição. Queremos agradecer também pela forma
esclarecedora como expuseram os fatos. Muito obrigado.
(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para um Requerimento.
O
SR. AIRTO FERRONATO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos
trabalhos, a fim de que possamos entrar imediatamente no período de
Comunicações. Após, então, retomaríamos a ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Airto Ferronato. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Convido a Deputada Luciana Genro a fazer parte da
Mesa. Agradeço à Deputada, que, neste ato, entrega à Casa o convite “A
Democracia permite, a Justiça não faltará!”. É um Ato Público a ser realizado
na próxima segunda-feira, dia 06 de dezembro, às 18h30min, no Auditório da
Faculdade de Direito da UFRGS, na Av. João Pessoa nº 80, em Porto Alegre.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Obrigado, Presidente Tessaro. Eu quero agradecer particularmente ao Ver.
Reginaldo Pujol, que nos permitiu fazer o registro da presença da nossa Deputada
Luciana Genro, que está na Mesa com a Verª Fernanda Melchionna. Agradeço também
à ARI, a nossa Associação Riograndense de Imprensa, que hoje está representada
aqui pelo seu Presidente, Sr. Ercy Torma, muito bem acompanhado pelo nosso
sempre Vereador Lauro Hagemann. É uma honra tê-los aqui, como também é uma
honra a presença do Ayres Cerutti, do Goulart, de todos que estão aqui pela
ARI. Nós também faremos o registro do PSOL em momento oportuno.
Presidente Nelcir Tessaro, neste momento falo em
meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna, para trazer às colegas
Vereadoras e aos colegas Vereadores o convite - faremos a entrega pessoal daqui
a alguns minutos - de um Ato Público a ser realizado no dia 06 de dezembro - a
ARI está convidada, dar-nos-ia muita honra, Presidente Ercy. Uma composição
supra e pluripartidária de pessoas comparecerá, serão os Senadores atuais do
Rio Grande do Sul, os que foram eleitos, os Deputados Federais e Estaduais de
todos os Partidos, Vereadores, Vereadoras, porque todos nós queremos marcar um
dado da história republicana, um dado da história da democracia no Brasil, que
é o direito de a Deputada Luciana Genro concorrer à Vereadora em Porto Alegre.
Temos, Ver. Luiz Braz, Ver. Tarciso, Ver. João Bosco Vaz, Ver. Bernardino, uma
posição no PSOL de respeito e de luta por todo regramento constitucional que
faça avançar e garanta a democracia, mas não podemos aceitar que uma militante
política... Ela já teve dois mandatos estaduais e dois mandatos federais, foi
eleita em 2006 por um Partido que não era o mesmo em que milita o seu pai; foi
expulsa em 2003 do Partido em que milita o seu pai por divergências sérias
ideológicas. Não podemos entender por que essa militante política não pode
concorrer à Vereadora em Porto Alegre. Que cassação é essa, Ver. Valdir Fraga?
Nós não podemos aceitar.
Então, quando S. Exª o Governador - por sinal, ele
estará no ato do dia 6, com muita honra nossa - cumprir o seu mandato de quatro
anos, se ele resolver se candidatar à reeleição, e o povo do Rio Grande lhe
outorgar um novo mandato, a Deputada Luciana Genro, a cidadã Luciana Genro,
ficará cassada por oito anos? Se não faz política dependendo do pai, se não tem
relação partidária com seu pai, não poderá concorrer? Nós, Luciana, não vamos
aceitar isso. Quando digo “nós”, não falo do PSOL, falo da sociedade gaúcha e
brasileira, porque a tua situação hoje faz parte de uma discussão nacional,
particularmente, aqui no Rio Grande, onde fizeste agora, neste ano, 130 mil
votos, dos quais 60 mil foram dentro da Capital.
O Ato Público será da maior relevância. Por isso,
nós, do PSOL - eu, a Verª Fernanda Melchionna e os militantes -, agradecemos
aos Vereadores e Vereadoras esta oportunidade, Ver. DJ Cassiá, repito, em
relação à ARI, ao Ver. Pujol, ao Presidente Tessaro; agradecemos a
sensibilidade de nos permitirem fazer a entrega
desses convites, de fazer uso da tribuna neste momento. Aguardaremos todos no
dia 6, às 18h30min, no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agradecemos a
visita da nossa Deputada Luciana Genro. Estaremos presente, com certeza, nesse
evento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, em
respeito à ARI, não faremos intervenção em tempo de Comunicação de Líder, mas
queremos dizer que o PT é solidário e compreende muito bem a diferença da
legitimidade da candidatura da Deputada Luciana - futura Vereadora -, a
situação diferencia-se muito das leis que impedem a corrupção, o clientelismo,
etc. no País.
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, o
PTB também é solidário à luta da nossa querida Luciana Genro.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, o
preço da liberdade é a eterna vigilância. Estamos solidários com a luta que a
Deputada Luciana simboliza no dia de hoje, mas que não é só dela, é da
equidade, e tem que valer para todos.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente,
muito embora eu pertença a um Partido completamente antagônico ao Partido da
Deputada Luciana Genro, acho que a Deputada tem uma representatividade muito
ampla em nossa sociedade e, por isso mesmo, não pode ficar ausente muito tempo
de mandatos políticos. Por isso acreditamos que ela está no caminho correto.
O SR. AIRTO FERRONATO: O PSB também se
manifesta favorável.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: A Bancada do
PMDB também está solidária com esta ação, mas entendemos que precisamos
enfrentar outros pontos também, a exemplo da Reforma Política.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, em nome da Bancada do PPS e da Bancada do PCdoB, quero dizer que
também somos solidários com a Deputada Luciana, participamos dessa luta.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr.
Presidente, em nome da Bancada do PDT - dos Vereadores João Bosco, Ver. Mauro,
Dr. Thiago, Juliana Brizola -, quero dizer que estamos solidários com a
Deputada Luciana Genro.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o
registro, Ver. Tarciso.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: O pleito da Deputada
Luciana Genro e do PSOL tem a solidariedade do Partido Progressista.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o
registro, Ver. João Antonio Dib.
O Ver. Elias Vidal
solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 29 de novembro a 06 de
dezembro de 2010. A Mesa declara empossada a Suplente, Verª Maristela Maffei,
nos termos regimentais.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, não pude fazer uso da palavra antes, mas quero aproveitar a
presença da Deputada Luciana Genro, de quem sou grande amiga, para dizer que
sou solidária com a questão política; estaremos, como Bancada do PCdoB, junto
nessa luta, que é de todos nós. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o
registro, Verª Maristela Maffei.
Hoje o período de
Comunicações é destinado a homenagear a Associação Riograndense de Imprensa,
proposta do Ver. Reginaldo Pujol. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Ercy
Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa; o Sr. Lauro Hagemann,
ex-Vereador desta Casa e Cidadão Honorário de Porto Alegre.
O Ver. Reginaldo
Pujol, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, caro Presidente da
Associação Riograndense de Imprensa, Sr. Ercy Torma; caro amigo, nosso
ex-colega, mas sempre presente aqui nas nossas Sessões, Cidadão Honorário de
Porto Alegre, o eterno Vereador Lauro Hagemann; meus senhores e minhas
senhoras. Antes de mais nada, quero confessar que a circunstância me faz ser o
requerente desta homenagem. O Ver. Airto Ferronato, por dificuldades
regimentais, não pôde sê-lo; a sua assessoria havia advertido-o das
conveniências e oportunidades de homenagearmos a ARI nos seus 75 anos de
fecunda e produtiva representação da categoria dos jornalistas de Porto Alegre.
Por isso assumi essa representação e, agora, com muita satisfação e muito orgulho,
manifesto-me não só em nome do Democratas, Partido que integro e lidero nesta
Casa, como também em nome do Partido da Social Democracia Brasileira, na medida
em que recebi do Ver. Luiz Braz essa honrosa incumbência.
A diligente assessoria do Ver. Ferronato ensejou
que eu fizesse uma ampla justificativa a respeito da nossa entidade
homenageada. Se eu fosse ler essa justificativa por inteiro, com certeza eu
tomaria todo o período dedicado às Comunicações e frustraria vários outros
Vereadores de assim se manifestarem. De qualquer sorte, algumas das colocações
feitas na justificativa precisam ser reproduzidas até por um dever de justiça,
especialmente quando a gente fala da constituição, meu caro Ercy, da Associação
Riograndense de Imprensa, que nasceu com o objetivo de defender o jornalista e
a liberdade de imprensa.
Fundada em 19 de dezembro de 1935, a Casa Rural,
localizada ali na Av. Borges de Medeiros, um pouco mais adiante da sua sede dos
dias atuais, contou com a presença de 114 jornalistas de todas as redações de
Porto Alegre: Correio do Povo, Diário de Notícias, Jornal A
Federação, Jornal da Manhã, Jornal da Noite, Revista do Globo e os editados em
língua alemã, cujos nomes eu não pronuncio por medo de errar. Por meio de
eleição direta, os sócios-fundadores elegeram ninguém mais, ninguém menos do
que o nosso pranteado Erico Verissimo, Diretor da Revista do Globo, que, com 88
votos, se tornava o primeiro Presidente da entidade. Senhores e senhoras, entre
os fundadores, há algumas pessoas que os Anais da Casa precisam registrar, pela
sua importância: Arlindo Pasqualini, Manoelito de Ornellas, Edgar Luís de
Schneider, Arquimedes Fortini, Raul Pilla, Breno Caldas, Ernesto Correa e
outras tantas personalidades.
Nesses 75 anos, Ver.
Lauro, a entidade se notabilizou não só pela atuação relevante, pela defesa do
profissional de imprensa e a liberdade de expressão como também pela atuação
decisiva dos mais diferentes segmentos da sociedade gaúcha, influenciando,
muitas vezes, de maneira decisiva, os principais momentos da nossa história.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, é bastante honroso para
nós V. Exª estar falando em nome do nosso Partido. Além da presença sempre
muito boa para nós do Ercy Torma, que é Presidente da ARI, também contamos com
uma presença que realmente muito nos envaidece. É muito bom, para nós,
Vereadores, dizermos: “Eu fui companheiro do Lauro Hagemann”. O Lauro esteve
aqui nesta Casa durante vários anos representando um vasto público. Ele é um
grande símbolo das pessoas que defendem os seus direitos; com a voz magistral
que tem, ele sempre defendeu os direitos de uma legião de pessoas. Então, a
vinda do Lauro a esta Casa é sempre um motivo de júbilo para nós. Quero
agradecer a V. Exª, Ver. Pujol, por me permitir este aparte; eu não poderia
deixar de vir aqui para também, pessoalmente, além desta homenagem que V. Exª
faz em nome do meu Partido, cumprimentar o Ercy e o Lauro Hagemann. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Reginaldo Pujol continua em Comunicações a partir deste momento por cedência de
tempo do Ver. Alceu Brasinha.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, quero
cumprimentá-lo pela iniciativa de homenagear a Associação Riograndense de
Imprensa. Estão presentes aqui o Sr. Presidente, Ercy Pereira Torma, e o nosso
querido Jornalista Lauro Hagemann. A Associação Riograndense de Imprensa
aniversaria no próximo mês. Eu tenho a satisfação de ser sócio da Associação
Riograndense de Imprensa - acho que sou o mais antigo dos sócios vivos desta
Associação: são 61 anos, e tenho orgulho de ser sócio benemérito. Cumprimento o
nobre Presidente.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, eu gostaria também de somar os
cumprimentos da Bancada do Partido dos Trabalhadores. É tão linda a história da
ARI, que cada vez, eu diria, ela se torna mais necessária. Ontem, enquanto
assistíamos, no Rio de Janeiro, à guerra contra o tráfico, víamos a homenagem a
Tim Lopes e víamos o desempenho dos jornalistas aqui do Sul. Então, os
jornalistas, de fato, cumprem um papel fundamental. A história da ARI é uma
história que tem que ser fortalecida para cada vez termos mais liberdade e para
que a democracia seja mais plena. Nós precisamos dos jornalistas, da liberdade
de imprensa, do fortalecimento da nossa liberdade. Parabéns! Parabéns pelos 75
anos, e muito mais anos de vida com vigor. Lauro, que bom vê-lo bem! Vida, e
vida em abundância, para ti.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Da mesma forma, Ver. Pujol, quero
parabenizá-lo e dizer que o PCdoB, historicamente, luta pela liberdade, assim
como os demais Partidos e instituições. A ARI faz parte também da nossa
história, da qual temos muito orgulho. Ela é muito mais do que uma sigla: é uma
instituição que nos dá orgulho, pela sua cultura, pela luta pelas melhores
causas, uma das quais para reverter aquilo que temos de desumano na sociedade.
Parabéns! Nós nos sentimos muito orgulhosos por ter, aqui na Casa do Povo, duas
figuras tão queridas para nós. Muito obrigada.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um
aparte?
O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Pedro Ruas, V.
Exª, que é filho de um dos mais atilados jornalistas desta praça, dar-me-á o
prazer de um aparte.
O Sr. Pedro Ruas: Eu quero agradecer a
V. Exª a referência ao meu pai e manifestar o meu agradecimento por essa
iniciativa em relação aos 75 anos da ARI. O Ver. Pujol, com muito brilhantismo
- aliás, costumeiro brilhantismo -, faz esta homenagem. Quero dizer, Ercy e
Lauro - permitam-me tratá-los assim -, o seguinte: Lauro, tive a honra de ser
seu colega, desde a casa antiga, lá no Centro, desde o Plenário antigo até este
aqui, e é uma honra tê-lo de novo aqui, sempre Vereador, sempre professor,
sempre companheiro Lauro Hagemann; Ercy Torma, receba em nosso nome, em nome do
PSOL, em meu nome e no da Verª Fernanda Melchionna, este registro da alegria de
ver os 75 anos da ARI, projetando os próximos 75 anos, e os próximos, e os
próximos. Parabéns pela tua gestão,
ela é muito profícua, e sou testemunha disso.
O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, quero saudá-lo pela iniciativa
desta homenagem à ARI; saúdo o Ercy Torma e o Ver. Lauro Hagemann, lembrando,
como bem fez a Verª Sofia sobre os episódios do Rio de Janeiro, que tanto mais
saudável é uma sociedade e tem fortalecida a sua democracia quanto mais
liberdade tem a imprensa. Então, em nome da Bancada do PPS, em meu nome e dos
Vereadores Paulinho Rubem Berta e Elias Vidal, eu quero saudar a ARI e desejar,
como bem fez aqui o Ver. Pedro Ruas, longa vida à Associação pelos próximos 750
anos!
O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) A honra é do PMDB, é minha, muito
especialmente por termos aqui na Casa mais uma vez, entre tantos e tantos anos,
figuras tão representativas como o Dr. Ercy Torma e o sempre Vereador Lauro
Hagemann, que trazem em si, para o coração da Cidade, para o cérebro da nossa
Porto Alegre, a informação, a história da ARI, e isso é o que nós estamos
homenageando aqui. Então, a ARI não poderia ser melhor representada do que
pelas duas grandes figuras que estão aqui hoje, trazendo a possibilidade desta
homenagem promovida por V. Exª, Ver. Pujol.
O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um
aparte?
O SR. REGINALDO PUJOL: Sim, Ver. João Bosco Vaz, brilhante jornalista, obviamente também
homenageado neste dia.
O Sr. João Bosco Vaz: Ver. Reginaldo Pujol, parabéns pela iniciativa; companheiro Ercy,
companheiro Lauro Hagemann, Sr. Presidente, são 75 anos de muita história, de
representatividade, de respeito na sociedade, principalmente. Quero saudar aqui
o meu ex-chefe na antiga Empresa Brasileira de Notícias, o jornalista Antonio
Goulart, com quem tive o privilégio de conviver durante longos anos preparando
A Voz do Brasil. E sei que Antonio Goulart é assíduo frequentador da nossa
Associação Riograndense de Imprensa. Parabéns a todos. Mais uma vez, parabéns,
Ver. Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado.
Sr. Presidente,
obviamente V. Exª será tolerante comigo; a praxe da Casa estabelece que cada
uma das Bancadas pode, nesse momento, dispor de dois minutos para fazer um
aparte. Eu recebi sete apartes. Eu não quero 14 minutos, mas quero o necessário
para, abandonando de lado o que estava dizendo, dizer da minha alegria em poder
ser o orador oficial, digamos assim, neste acontecimento, quando deveria ser o
companheiro Ferronato. É que eu tenho algumas vinculações muito especiais com a
ARI, até pela proximidade física da minha residência, logo abaixo da Av. Borges
de Medeiros, ou seja, na Rua Coronel Genuíno; há muito tempo está instalada ali
na Av. Borges a casa do jornalista. E tudo isso faz parte de uma grande
história.
Quero dizer, com toda
a honestidade, o seguinte: eu jamais homenagearia a ARI sem me fixar em dois
nomes, que, para mim, são fortes referências: um, o Vereador do meu pai, o
Alberto André. O meu pai, velho maragato, quando chegou a Porto Alegre,
escolheu logo o seu candidato a Vereador e disse: “Esse é bom” - Alberto André,
então do PL, mais tarde do PTB. O outro, aquele com quem eu convivi com mais
intensidade, que és tu, Ercy, Presidente durante todo esse período. E o
principal, Ver. Tessaro, é que a ARI tem uma característica muito especial. Eu
vejo, no exemplo do Ercy, o que eu vi no Alberto André: mudam Governos, e a ARI
nunca se transforma nem no contestador por excelência, nem tampouco no
bajulador do dia. Nesse equilíbrio notável foi granjeando a respeitabilidade
que hoje nos dá a oportunidade especial de poder louvá-la com a maior
sinceridade e, sobretudo, com o maior reconhecimento.
Por isso, Ercy, eu,
que queria me socorrer da colaboração da assessoria do nosso querido Ferronato
para contar algumas histórias, vou ficar no que eu considero principal. Tenho
uma visão própria sobre a imprensa. Acho que ninguém pode querer que haja um
jornal que só escreva aquilo que se gosta de ler, tampouco uma rádio que só
transmita aquilo que se gosta de ouvir e, agora, no tempo moderno, uma
televisão ou meios mais modernos ainda de comunicação - os blogues, o Twitter,
etc. - onde se escreva aquilo que se quer ler. A imprensa tem, a meu juízo,
esta grande responsabilidade: a de instigar o debate, colocando o fato como ele
é e não como a gente deseja que ele seja. Seria muito fácil eu ficar batendo
palmas para aquele jornal que me elogia. O meu maior esforço é procurar
entender o veículo que me critica. Acho que é sábio eu procurar agir dessa
forma, porque, se eu entender a crítica, posso dela tirar resultado positivo
para a minha vida pessoal e para a vida da comunidade.
E a tua figura, Ercy,
nesse processo todo, é singular; esse teu jeito todo especial, sempre
silencioso, mais ouvinte do que falante, caracteriza a atuação da entidade que
hoje nós homenageamos. Por isso, Ferronato, ao louvar a nossa ARI, eu quero
renovar os meus agradecimentos a ti, que me deste a singular oportunidade de
vir à tribuna para falar da ARI de hoje, da ARI de ontem e da ARI que vai ser
no futuro, porque as tradições que o Erico Verissimo, que o Arlindo Pasqualini,
o Cícero Soares e tantos outros valentes e combativos jornalistas introduziram
na entidade, meu caro Lauro, não vão ser desmerecidas. Amanhã, pode ser que tu
encerres o teu período na ARI; não dá mais para ficar os 34 anos que ficou o
Alberto André, pois vocês mudaram os estatutos. Só por isso que não ficas,
porque bom serviço tu continuas prestando.
Eu sei que hoje as
dificuldades são outras. Em 1935, no século passado, quando se constituiu a
ARI, o problema era o Estado Novo, a Intentona Comunista, a Guerra Fria e tudo
o mais. Hoje as coisas aparecem de outro jeito; a Nação, inclusive, está
impactada por uma estrondosa cobertura jornalística dos episódios no Rio de
Janeiro. Há tempos isso não chegaria até nós, porque não havia televisão, as
comunicações não eram tão rápidas e tão eficientes como são agora. Mas é
preciso que se diga, Dr. Dib, que a rapidez e a eficiência da imprensa de hoje,
que é um fato positivo, precisam ser cuidadas para que não sejam um fato
negativo, servindo para distorção da informação, coisa que a ARI jamais
permitiu, sempre pugnando pela informação correta, séria e transmitida da forma
que ela precisa ser transmitida. Quando eu vejo
a imprensa ser espetacular pelo País todo, eu vejo uma diferença com a
imprensa gaúcha, muitas vezes sóbria, às vezes até acusada de omissão por
exagerar na sobriedade, mas transmitindo que essa crítica surja ao contrário da
outra, que é a do exagero na informação.
Cumprimentos, Ercy, a ti, a teus colegas de
Diretoria aqui colocados, ao Lauro, nosso decano, que representa, hoje,
duplamente, a entidade homenageada e a entidade homenageante, que é a Câmara de
Vereadores. Em vocês eu simbolizo esta homenagem. É aquilo que eu sempre digo:
o preço da liberdade é a eterna vigilância, mas, felizmente, com vocês está
garantido; eu não preciso ser vigilante no Rio Grande do Sul, a ARI cumpre essa
tarefa. Muito obrigado, recebam meus cumprimentos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol utilizou a palavra como
proponente da homenagem à Associação Riograndense de Imprensa.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, Ver. Tessaro; caro Presidente da ARI, Sr. Ercy
Torma, ao cumprimentá-lo, saúdo todos os componentes da Diretoria, jornalistas,
homens e mulheres de mídia aqui presentes; ao meu amigo Lauro Hagemann, um
abraço especial. Que bom, Lauro, poder encontrar o amigo aqui, neste dia, nesta
homenagem que nos proporciona o Ver. Pujol, e conversar um pouco sobre
imprensa. Meu caro Luiz Braz, que também é um homem da mídia, nós precisamos
falar muito de imprensa, até porque nós estamos vendo muitos tipos de imprensa
e muitas mídias, mídias que podem ser importantes. Temos a mídia tradicional, o
velho e bom jornal, a velha e boa rádio. E lembro: lá longe, Lauro Hagemann, em
Cunha Porã, Santa Catarina, conheci sua voz. Depois conheci essa personalidade
magnífica aqui nesta Câmara. Ercy, temos a velha e boa televisão. Encontrei o
Sérgio e outras pessoas que começaram a televisão aqui no Rio Grande do Sul.
Quantos ensinamentos! A nossa TVE; como será a TVE do futuro? Como deve ser a
imprensa brasileira de comunicação? Eu tenho certeza de que esses debates, essas
questões estão, Ver. João Bosco Vaz, permanentemente postas na Associação
Riograndense de Imprensa.
Também podemos falar das novas mídias. Eu acho que
deveria haver, se já não há dentro da própria ARI, um grupo ou uma pessoa que
articulasse os blogueiros, os twitteiros,
os “siteiros”, as chamadas mídias sociais. São pessoas que não têm diploma de
jornalista e nem pretendem tirar o lugar do jornalista. Eu acredito que o
jornalismo deve ser feito por profissionais, mas existem as novas mídias, que
são feitas para cobrir, sem dúvida nenhuma, um grande espaço que existe na
sociedade para o debate livre, democrático, participativo, interativo. Então,
quem sabe possamos, como recentemente foi feito em São Paulo, fazer uma reunião
de blogueiros. Quem sabe a ARI, junto com a Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Nelcir Tessaro, juntamente com vários Vereadores aqui que se interessam
pelo tema da comunicação - como o Ver. Luiz Braz e o Ver. João Bosco Vaz, que
são de carteirinha, ou outros aqui que adoram, também, dar uma penada e ver os
seus artigos escritos, suas opiniões colocadas -, possa fazer um grande debate
sobre a questão das chamadas mídias alternativas, mídias livres.
Eu também acho que nós podemos fazer algum debate
sobre a liberdade de imprensa, que tanto foi debatida no período eleitoral. Eu
acho que a liberdade de imprensa tem sido defendida pela gente sempre, em
qualquer circunstância, quando tem eleição, quando não tem eleição, nos dias de
festa e nos dias de amargura, porque ela é fundamental. Se tivéssemos, eu
estava pensando, as novas mídias e uma ampla liberdade de imprensa, nós não
teríamos os efeitos nefastos do nazifacismo. Imaginem o que fez Anne Frank,
imaginem o que não teria feito Anne Frank se tivesse um blogue, se tivesse a
Internet. Do seu esconderijo, Ver. Pedro Ruas, ela bradava, ansiava por ver a
liberdade, a liberdade de pensar, a liberdade de religião. Aproveitando, a
imprensa podia fazer um grande debate sobre a importância do debate religioso,
franco, aberto, respeitoso. Acho que, sem dúvida nenhuma, será uma das agendas
que a ARI vai nos proporcionar no ano que vem. Com essa campanha eleitoral,
quando fiquei acompanhando, ouvindo coisas sobre liberdade religiosa, sobre
problemas de mídia, enfim, fiquei simplesmente abismado, preocupado com essas
questões que temos visto e que precisam ser resolvidas. Vida longa à ARI! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; quero fazer um registro todo
especial, fraterno e amigo ao Presidente Ercy Torma, pela importância de tê-lo
conosco nesta tarde; um abraço fraterno ao colega e companheiro, sempre
Vereador, Lauro Hagemann. Quero dizer, Lauro, da satisfação de ter estado junto
com V. Exª, enquanto Vereadores, aqui na Câmara em diversos períodos. Está
conosco também o sempre Vereador Wilson Santos, que também foi Vereador nesse
mesmo período, trago esse registro especial a ele. Para cumprimentar toda a
Direção da ARI, quero registrar os nomes dos nossos Presidentes: João Batista
Melo Filho, nosso particular amigo de longa data, e o Ênio José Rockembach, que
também esteve conosco e foi Diretor aqui na nossa Câmara Municipal.
Quando estive relatando o Plano Diretor da Cidade,
na temática que dizia do Centro Histórico de Porto Alegre, do Cais do Porto,
nós fizemos diversas reuniões para tratar daquele tema. E uma delas nós fizemos
na sede da ARI. Estava presente o Presidente Ercy, e estava comandando conosco
aquela reunião o Ayres Cerutti, que está aqui, então quero dizer também da
importância de tê-lo conosco. E permito-me registrar a presença da Maria Luiza
Antunes Moreira, que certamente está entre as mais entusiasmadas figuras da ARI
na expectativa da realização desse encontro. Vou saudar nossos jornalistas de
Porto Alegre citando o meu parceiro e amigo Ciro Machado. Tivemos a honra de
tê-lo como o nosso Presidente, tive a honra de trabalhar com ele aqui na
Câmara, hoje ele está na Assessoria da Trensurb.
O Ver. Reginaldo Pujol foi bastante bondoso comigo;
na verdade, quando o Regimento Interno me impedia de apresentar naquele momento
a homenagem, conversei com o Ver. Reginaldo Pujol, até pelo que ele representa
para cidade de Porto Alegre, e acho que está muita bem representada a
iniciativa do meu parceiro e amigo Reginaldo Pujol. Sei que aqui já falaram
bastante sobre a ARI, e faço minhas as palavras que aqui foram ditas. Mas
acredito que uma questão precisa ser aditada nesse processo, até porque é, sim,
a nossa informação a mola chave da condução dos nossos povos. Estive Vereador de 1989 a 1996; andei
fora uma temporada e voltei agora em 2008. E, desde 1989, quando aqui estive,
nós tínhamos uma presença permanente aqui na Câmara, o Presidente Alberto
André. Depois do Alberto André, tivemos a presença do nosso amigo Antonio
Gonçalves, sempre aqui conosco, por diversos eventos. E agora, aqui voltando,
temos na figura do Presidente, o Ercy, uma constante presença na Câmara. O que
significa isso? Significa que os Presidentes da nossa Associação ARI, gloriosa
Associação em seus 75 anos, se representam aqui, mas também representa aquele
vínculo que temos, que precisamos e devemos ter entre a Câmara Municipal de
Porto Alegre e a Associação Riograndense de Imprensa, ou a imprensa aqui
presente, por isso...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra em Comunicações. (Ausente.) O Ver. Sebastião
Melo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Bernardino Vendruscolo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Caro Presidente
Nelcir Tessaro, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, eu, nesta data de hoje,
até tinha outra proposta para debater nesta Tribuna, mas, frente à justíssima
homenagem patrocinada pelo Ver. Reginaldo Pujol, pelo Ver. Airto Ferronato e,
de resto, por todos nós a esta Instituição de 75 anos de idade, comandada hoje
pelo Ercy, a nossa ARI, tive de vir à tribuna.
Eu diria, Lauro,
primeiramente, que esta Casa teve bons Vereadores, Presidente Tessaro, mas eu
conheço o Lauro desde que entrei na política, portanto eu falo de 1978. É uma
figura que militou um bom tempo dentro do nosso Partido como Vereador, e eu
diria, Lauro, que nós nos orgulhamos do teu passado, do teu presente e do teu
futuro. Você foi um grande homem público, e muito do que há nesta Cidade,
Haroldo, especialmente de Plano Diretor, de Lei Orgânica e de tantas outras
Leis - eu podia falar também do Solo Criado -, são contribuições do sempre
jovem e querido Lauro. Então, ver você aqui nesta Mesa é motivo de orgulho,
você é uma referência das boas lutas políticas, sempre foi arejado, militante
de esquerda, mas arejado; sempre foi do avanço e não do atraso.
Quero dizer que a
história do Rio Grande e do Brasil não podem ser contadas sem que haja várias
páginas dedicadas à Associação Riograndense de Imprensa. A democracia, no nosso
País, é jovem, porque o Brasil teve muito mais ditaduras, governos ditatoriais,
populistas do que governos democráticos. E, se nós conquistamos a democracia,
foi por meio de vários atores, e um deles, indiscutivelmente, foi a
imprensa brasileira, e a nossa ARI teve um papel fundamental nisso.
O Brasil teve a maturidade de ganhar a sua
liberdade de expressão, de ter eleições livres de dois em dois anos, de ter
renovado os seus comandos municipais, estadual e federal, e este País também,
de forma democrática e madura, elegeu o seu primeiro Presidente da República
depois de 20 anos. Eu não esqueço, Verª Juliana, da caminhada em direção ao
Congresso Nacional, liderada, nacionalmente, pela imprensa brasileira, para
tirar o Collor do poder. Lá estavam vários órgãos, mas havia liderança.
Meus caros Lauro, Ercy, demais diretores, amigos, Presidente
Tessaro, no ano de 2009, esta Casa, em parceria com a ARI, fez um gesto muito
interessante: uma parceria para cuidar da belíssima e extraordinária biblioteca
de Alberto André - projeto formulado por Jorge Barcellos, nosso Diretor do
Memorial, com a Mesa Diretora -, um homem que, eu diria, foi além do seu tempo,
porque foi um brilhante e extraordinário jornalista, mas também foi um
extraordinário Vereador que esta Cidade teve, que pensava a Cidade no seu
conjunto.
O Ver. Dr. Raul, nosso Líder, havia se manifestado,
mas, como eu estava inscrito no espaço do Ver. Bernardino, fiz questão de vir
aqui para me somar, por estas e tantas outras razões, a essa justeza de
reconhecimento, sabendo do papel dessa entidade e sabendo que democracia não é
só o direito de votar e ser votado. Nós ajudamos a conquista da democracia
neste País, e ele precisa dar um passo à frente, fazer uma reforma política não
para os políticos, Ver. Tessaro, mas para a democracia. A política virou, na
maioria das vezes, ponto comercial: quem tem mais dinheiro ganha a eleição. As
ideias e as causas coletivas já não são discutidas, e acho que isso é um
retrocesso, Ver. Pedro Ruas, da democracia.
Por isso, não se muda caráter com leis; a evolução
civilizatória deverá fazer com que este País, que conquistou duramente a sua
democracia, possa avançar do ponto de vista de consolidá-la. Eu continuo sendo
antigo na política, porque a política do coletivo é aquela que me move; acho
que a imprensa brasileira tem um papel fundamental no sentido de este País faça
reformas profundas, e uma delas é a Reforma Política, que é a mãe das reformas.
Parabéns, Ercy; parabéns, Lauro; parabéns, Ver. Pujol e todos que aqui nos
honram com as suas presenças. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Sr. Ercy Torma, Presidente da Associação
Riograndense de Imprensa, a ARI, está com a palavra.
O SR. ERCY
TORMA: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de
Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro; Exmo Sr. Lauro Hagemann,
ex-Vereador desta Casa, Cidadão Honorário de Porto Alegre e Conselheiro
histórico da Associação Riograndense de Imprensa; ao saudar V. Exas,
cumprimento os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras,
com um abraço muito especial àqueles que se utilizaram desta tribuna para
saudar a ARI.
A Associação Riograndense de Imprensa nasceu em 19
de dezembro de 1935, após tentativas anteriores, comandadas por representantes
da Associação Brasileira de Imprensa, que não surtiram efeito, não tiveram
sucesso. A ARI surgiu, então, em 1935, em um período difícil da vida política
gaúcha e brasileira: a Intentona Comunista, resquícios da última Guerra
Mundial, Revolução de 1930; um momento conturbado. Essa situação era
acompanhada muito de perto pelos jornalistas da época. A grande maioria desses
jornalistas, na verdade, eram intelectuais que tinham uma profunda e intensa
produção literária, a qual davam vazão nos veículos de comunicação da época.
Eles eram, por sua formação, profissionais muito claros, muito contundentes nas
suas manifestações e, via de regra, acabavam presos. A entidade surgiu tendo em
mente essa visão da difícil situação que os profissionais enfrentavam na época,
nasceu com o pressuposto inicial de proteger os jornalistas, defender a
atividade, defender as suas famílias e, principalmente, proteger, defender e
incrementar a liberdade de imprensa e de expressão como um bem maior da
sociedade. Aqueles jornalistas que estavam sendo presos por suas manifestações
eram os porta-vozes da sociedade; eles representavam, na verdade, a sociedade
que era atingida pelas atividades da época. E a entidade teve a grande sorte de
ter como o seu primeiro Presidente o escritor maior do Rio Grande do Sul: Erico
Verissimo, que foi eleito pela grande maioria dos presentes na assembleia geral
realizada em 19 de dezembro, e, três dias depois, assumiu o cargo numa
solenidade no auditório da Casa Rural, que, a seguir, se tornou Farsul,
localizada na Av. Borges de Medeiros.
A ARI, ao longo do tempo, se caracterizou por ser
uma entidade muito particular, muito especial, em grande parte pela visão do
homem extraordinário que foi Alberto André. Nós brincávamos com o Alberto
André, dizendo que - quando se identificava, quando apontavam para sua figura
-, na verdade, ele não era um homem, era uma instituição, tantas as coisas que
ele fazia, que ele representava, que ele comandava. E ele, ao longo dos seus 34
anos de mandato à frente da ARI, introduziu algumas coisas interessantes, que,
hoje, muitas entidades de classe tentam copiar, tentam seguir o exemplo. Ele
teve a visão, inicialmente, de que a entidade, uma entidade civil, não poderia
sobreviver tendo apenas a defesa da figura do jornalista, e passou a julgar
como extremamente importante uma entidade que permitisse a presença do capital
e do trabalho no mesmo espaço. Por isso, a entidade passou a admitir
imediatamente os profissionais da comunicação, mas, mais do que eles, os
empresários da comunicação, os donos das empresas, e isso permanece até hoje.
Algumas das figuras, donos de empresas, pertencem ao Conselho Deliberativo da
entidade.
Mas, mais do que isso, ele também imaginou que a
comunicação social não era apenas jornalistas. Com o passar do tempo, novas
atividades da comunicação social surgiam em nosso meio: relações públicas,
publicitários, homens de rádio e de televisão, os funcionários que administram
os suportes para que os jornalistas trabalhem - hoje, o designer -, e agora, modernamente, os profissionais que atuam na
multimídia, atuam nas diversas plataformas de comunicação eletrônica. Ele,
percebendo isso, abriu espaço dentro do estatuto da entidade para que esses
demais profissionais pudessem ingressar, pudessem fazer parte da entidade.
Com sua visão de Vereador, uma presença longa nesta
Casa, o Alberto André percebeu também que a entidade não podia ficar só entre
as suas paredes, discutindo comunicação social com as mesmas pessoas; via de
regra, sempre as mesmas pessoas; ele entendeu que ARI poderia e deveria ter
participação intensa na vida da Cidade. Comandou o ingresso de representantes
da ARI em praticamente todos os colegiados existentes em Porto Alegre, quer
sejam municipais, estaduais, federais, públicos ou privados. Sempre que é
requerida a presença de alguém, a ARI está presente, tentando minimamente
influir nas atividades da Cidade. Dentro desse papel, surge a figura de Alberto
André, mais uma vez na própria mudança de Porto Alegre. Alberto André pertenceu
ao Conselho do Plano Diretor desde a sua constituição e teve influência
extraordinária na mudança dos aspectos de uma cidade provinciana que se
transformou rapidamente numa Capital, numa metrópole vigorosa. Alberto André,
além disso, não apenas materializava sua presença no Conselho do Plano Diretor,
permanente e segura, como foi, em meu entendimento e dos companheiros da ARI,
em toda a história de Porto Alegre, talvez aquele que mais tenha escrito sobre
Porto Alegre. No antigo Correio do Povo, o standard,
todos os domingos, ele estampava duas páginas inteiras sobre Porto Alegre,
sobre as ruas, as praças, a vida do cidadão de Porto Alegre. Então, ele tinha
uma importância extraordinária.
Mais recentemente, percebemos que não podíamos
ficar só participando dessa forma da vida da Cidade. Passamos a propor também
outros eventos fora das nossas quatro paredes. Propomos, em 2003 e 2004, por
exemplo, a execução do Fórum Internacional das Águas. Inclusive, na primeira
edição, o Ver. Todeschini nos deu um importante apoio, entendendo a visão que a
gente tinha naquela época - vejam bem, em 2003, quando começamos a falar sobre
a água, sobre a necessidade de termos uma nova postura em relação à água,
entendendo que a água é um bem finito; não é infinito como todos pensávamos.
Sofremos críticas enormes, porque ninguém entendia como uma entidade de classe
se preocupava e debatia a questão da água com o público. Este ano, realizamos o
terceiro evento e estamos programando, para março do ano que vem, um novo
evento que possa discutir a questão da água, porque está chegando aí fortemente
e teremos que discutir muito a questão da cobrança da água, o uso da água,
especialmente na produção de manufaturados cujos custos muitas vezes a gente
não contabiliza. Esta é uma discussão polêmica, mas terá de ser travada mais
adiante.
Rapidamente, em síntese, essa é a imagem da ARI,
que chega aos 75 anos de vida e que pretende se atualizar, se modernizar ou,
pelo menos, acompanhar a vida de sua Cidade, onde ela está instalada, como uma
grande entidade de classe aberta à sociedade. Ela compõe esse entendimento com
base naquilo que eu disse no começo, o entendimento que temos de que a
liberdade de expressão, a liberdade de manifestação, a liberdade de imprensa é
um direito inalienável do cidadão, da sociedade, e não do jornalista ou do dono
da imprensa, que são simplesmente porta-vozes, são os representantes tácitos,
não foram votados para isso, mas a sociedade entende que eles os representam.
Dito isso, em uma síntese muito simples, muito
rápida do que é a ARI, eu reitero os agradecimentos da nossa entidade, dos
companheiros que estão aqui comigo nesta solenidade, pela gentileza, pela visão
dos Srs. Vereadores, principalmente o Reginaldo Pujol, que atendeu a sugestão e
a insistência do Ver. Airto Ferronato, e os demais Vereadores que intervieram
nesta Sessão. Nós reiteramos os agradecimentos diante desse reconhecimento e,
pelas proximidades das festas de final de ano, aproveitamos o ensejo para
almejar um Feliz Natal às Sras Vereadoras e
aos Srs. Vereadores, aos seus familiares, e que tenhamos um 2011 com alguns
problemas e com algumas dificuldades, até para nos incentivar no nosso
trabalho, mas com menos problemas e com menos dificuldades no desenvolvimento
das tarefas de todos nós. Um abraço a todos! Muito obrigado pela atenção e
pelas manifestações.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós queremos agradecer ao Sr. Ercy Torma,
Presidente da ARI, por sua presença. Da mesma forma, também agradecemos ao
ex-Vereador Lauro Hagemann - sempre Vereador desta Casa - por sua presença.
Agradecemos a presença dos senhores e das senhoras que prestigiaram esta
homenagem proposta pelo Ver. Reginaldo Pujol. Damos por encerrada a homenagem.
Apregoamos o Ofício nº 1.060/10, do Gabinete do
Prefeito, endereçada ao Presidente desta Câmara de Vereadores (Lê.): “Ao
cumprimentá-lo cordialmente, comunico a Vossa Excelência e aos demais Edis,
conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que me ausentarei
do Município das 18h06min do dia 30-11-10 até às 23h35min do dia 02-12-10,
ocasião em que participarei da XV Cúpula da Rede Mercocidades e 58ª Reunião
Geral da Frente Nacional de Prefeitos, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Na
oportunidade, proferirei palestra sobre ‘O Fundo Mundial de Desenvolvimento das
Cidades’. Na continuidade, retorno passando por Curitiba, onde receberei o
XVIII Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito 2009/2010, que destacou nosso
Município, nesta 18ª edição, pela Campanha ‘Porto Alegre Tem um Novo Sinal de
Trânsito’, na categoria Cidade.”
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio em
memória do Dr. Jarbas Macedo Haag, duas vezes Secretário Municipal dos
Transportes na Administração Guilherme Socias Villela.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
público que nos assiste, venho hoje, no período do Grande Expediente, fazer um
relato e externar a minha preocupação por ocasião da minha participação na
Audiência Pública realizada terça-feira da semana passada na Assembleia
Legislativa do Estado, em que foram discutidos os problemas em relação ao
Aeroporto Salgado Filho, bem como as ações necessárias para o seu
aprimoramento. Ouvi atentamente a explanação do Engenheiro Alberto Bott, da Infraero, e fiquei muito
preocupado. Como sabem, está noticiado em todos os jornais da Cidade, no dia de
hoje, o caos no Aeroporto Salgado Filho: mais de trinta voos foram cancelados
ou estão atrasados; novamente o problema persiste, mesmo não sendo mais o
período de inverno.
No sábado pela manhã estivemos no Estádio Beira-Rio
junto com o Prefeito Fortunati, com o Embaixador dos Emirados Árabes falando da
Copa de 2014, que será em Porto Alegre, não temos dúvida. Mas, para isso, a
porta de entrada será o Aeroporto Salgado Filho. Vamos começar com os problemas
de estacionamento que ocorrem no Aeroporto. Nós sabemos que a maioria dos
passageiros que perdem seus voos é porque não têm onde estacionar e chegam
atrasados. Nos finais de semana ou nas terças-feiras há eventos num grande
espaço lá perto, algo que a meu ver deveria ser proibido, e aqui chamamos a atenção
do Executivo, da SMIC, para que façam uma reavaliação daquele local, que reúne
de 15 a 20 mil pessoas. Eu tive esta experiência, muitas outras pessoas também,
de ir ao Aeroporto e não encontrar vaga no edifício-garagem para estacionar,
porque as pessoas que vão às festas ocupam as vagas do Aeroporto. E, para sair
do Aeroporto e chegar à Av. dos Estados, num trajeto de um quilômetro,
demora-se mais de uma hora; por causa dos estacionamentos, dos vendedores
ambulantes de bebidas, o trânsito fica trancado no trajeto da Av. Severo
Dullius. É uma grande preocupação para uma capital que
está buscando ser a cidade do futuro e tem tudo para sê-lo. A proposta da
Infraero é iniciar a construção do novo espaço para estacionamento ou garagem
para dois mil veículos em março de 2011 e concluir lá pelos meados de 2013.
Meados de 2013 será justamente quando estaremos com a Copa das Confederações em
Porto Alegre, se tivermos o Aeroporto. Quer dizer, nós não vamos ter pronto o
edifício-garagem ou ampliação do estacionamento para o Aeroporto Salgado Filho.
Também discutimos a
ampliação dos 800 metros da pista, passando dos atuais 2.260 metros, Ver. João
Antonio Dib, para 3.200 metros. Sabemos que já foi iniciado há dois, três anos
o movimento de reassentamento da Vila Dique. Até o momento, foram retiradas 400
famílias. Há necessidade de se retirar mais 200 famílias para o prolongamento
da pista. Acredito que não vai haver problema nenhum para retirar 200 famílias
dentro dos próximos 90 ou 120 dias. Mas essa não é a questão pior. A questão
mais delicada é que, nas margens da Av. Sertório, entre a Av. Sertório e o
Aeroporto Salgado Filho, há 130 famílias da Vila Floresta. E são famílias que
têm que receber indenização, Verª Fernanda, porque são loteamentos regulares;
não são irregulares! São 130 casas regulares que, lá em 1998, ficaram para o
Estado indenizar. Em 2006, foi refeito o convênio para o Estado indenizar, e
agora, em 2009, o Estado passou para a União indenizar. Na semana passada, a
Justiça Federal propôs um mutirão de audiências de conciliação para tentar
acordar valores para indenização daquelas famílias.
Vejam bem, nós
estamos no final de 2010, temos dois anos e meio de prazo para o Aeroporto
estar funcionando, e ainda não foi sequer avaliada, discutida, feita uma ação
concreta para a retirada das famílias da Vila Floresta - são 130 famílias
regulares, inclusive comércios regulares. Elas têm que ser retiradas. O
Aeroporto não funciona.
O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, quero me somar à sua
preocupação com a lentidão com que estão sendo feitas as obras no nosso
Aeroporto Salgado Filho. Lá em 2007, eu tive a oportunidade de presidir a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente aqui da Casa, nós fizemos uma Audiência
Pública em função daquele infeliz acidente que aconteceu em 2007, quando houve
a perda de inúmeros gaúchos. Inclusive, compareceram pessoas da Grande Porto
Alegre querendo fazer extensões do Aeroporto em Eldorado do Sul. Enfim, uma
série de dinâmicas aconteceu: as pessoas da comunidade a serem deslocadas,
ANAC, Infraero. Formou-se, inclusive, na ocasião, um Grupo de Trabalho; tivemos
várias reuniões, mas, como muitas coisas acontecem, infelizmente esse Grupo se
deteriorou, a lentidão prossegue, e precisamos realmente entrar forte nisso,
senão vamos continuar com o Aeroporto pequeno, e, quando se precisa pousar, não
se tem como. Acho que a Casa tem uma participação importante para dar neste
momento, porque não podemos mais ficar com a expectativa para o ano de 2014,
pois 2014 já está aí praticamente.
O SR. NELCIR
TESSARO: Obrigado pela sua cooperação, Ver. Dr. Raul.
Quero dizer mais: a minha preocupação é com a Vila
Nazaré, com as 1,3 mil famílias; sequer foram iniciados os projetos para o
reassentamento dessas 1,3 mil famílias. Área existe, ficou reservada em 2008,
quando saímos e apresentamos o projeto para a Caixa Econômica Federal. Ver.
Todeschini, Ver. Comassetto, nós tivemos uma reunião em 2007, no final de 2007,
com a Ministra da Casa Civil, eu, o Prefeito Fogaça, e, na época, o Milton
Zuanazzi estava presente pela ANAC. Lá, garantimos 50 milhões para a
desapropriação, e também a construção das unidades habitacionais para a Vila
Nazaré foram liberadas. O projeto está na Caixa Econômica Federal, projetos
apenas arquitetônicos; agora, os projetos têm que tramitar no Executivo, eles
estão em tramitação. Mas a minha...
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. NELCIR
TESSARO: Foi adquirida, há 21 hectares no Timbaúva e mais 6 hectares na João
Paris, falta ação. A minha preocupação maior é que foi feito um acordo, foi
dito claramente pela Ministra Dilma - Presidenta Dilma hoje -, junto com a
ANAC, que não adianta estar pronta a pista do Aeroporto Salgado Filho para
funcionar se as famílias da Vila Dique, Vila Nazaré, Vila
Floresta, que estão no entorno, não forem retiradas; não haverá liberação da
pista para funcionamento. Então, essa é a minha preocupação.
É evidente que, em
relação à pista, os oitocentos metros serão efetuados. Agora, a partir de
março, nós teremos a liberação de mais duzentas famílias da Vila Dique, e será
liberada a construção para a ampliação da pista. E as outras famílias? Será
instalado um aparelho, com toda a certeza, até o final de 2011, para
possibilitar os pousos com neblina, enfim, dar condições de pouso para todos os
tipos de voos, mas o entorno é a grande dificuldade. É obrigatória a retirada
das famílias do entorno, para não ocorrer o que ocorreu em outros Estados, como
em São Paulo, no acidente da TAM. Também, há três meses, uma aeronave de porte
pequeno, uma aeronave de oito passageiros, não conseguiu frenar na sua descida
e quase chegou à Av. dos Estados. E se ela fosse para o outro lado? E se fosse
uma aeronave de grande porte? Iria, com toda a certeza, aterrissar no meio
daquelas famílias, colocando-as em risco.
Então, por isso, Ver.
Dr. Raul, eu concordo com a sua fala. Nós estivemos com uma delegação na China,
e lá obras prioritárias são tratadas como prioritárias, são executadas em dois
turnos, são trabalhadas dezesseis horas por dia, dois turnos de oito horas por
dia. Por isso a minha preocupação, a Secretaria da Copa do Estado, a Secretaria
da Copa do Município, na Câmara temos uma Frente Parlamentar da Copa do Mundo,
que é de acompanhamento, que é do Ver. Airto Ferronato. Não está na hora de nós
buscarmos uma Comissão formada pelo Estado, Município e a nossa Câmara de
Vereadores para acompanhar a execução dessas obras? Não está na hora, Ver. João
Bosco, de nós verificarmos o cronograma que está estabelecido e tentar
enxugá-lo, colocá-lo e ampliá-lo? Se vão dizer que não têm recursos, ora, vamos
tentar negociar com as empresas, para que as obras sejam com término
antecipado. Nós não podemos esperar que as obras terminem em 2013, dizendo:
“Não, dá tempo em 2013, a Copa do Mundo é em 2014”. Nós já vimos em outros
Estados que a FIFA não é flexível. Não adianta todo mundo se debruçar em cima
da Av. Tronco e da duplicação da Av. Beira-Rio, porque ali não pousa avião nenhum,
em nenhuma dessas duas vias, os aviões vão pousar é lá, é lá que nós vamos ter
o acesso para Porto Alegre, é lá que nós vamos definir se temos condições de
recebermos os turistas.
Agora, a parte mais importante é a economia que o Rio Grande do Sul vem perdendo, porque todos os voos têm que sair daqui com meia carga. Ver. João Antonio Dib, um voo que sai daqui de Porto Alegre, o máximo que ele, hoje, tem autossuficiência para chegar é no Peru. Quando é que nós vamos nos integrar ao mundo? Quando poderemos sair com plena carga, com combustível suficiente para sair daqui e descer, por exemplo, em Miami, descer na França, na Alemanha? Quando? Quando essa pista estiver pronta e funcionando. Os exportadores gaúchos, os exportadores do Vale, todo o Estado vai ganhar com uma exportação imediata. Não necessitaremos pegar cargas, levar a Curitiba para, de lá, o avião sair normalmente. Isso quer dizer que o encarecimento do preço do produto é cada vez maior. Está na hora, sim, de uma comissão de acompanhamento, uma comissão para definir a prioridade, uma comissão para rever todo o cronograma, seja de reassentamento, seja de indenização das famílias da Vila Floresta ou ainda de ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho, para ver, sim, qual o prazo previsto para conclusão. Vamos concluir em 2013? Vamos concluir em 2014?
E fica aqui o meu pedido final, meu pedido ao
Secretário Valter Nagelstein e também ao Secretário Cappellari, para que deem
uma verificada na Av. Severo Dullius, em que ocorrem eventos todos os finais de
semana, eventos que infernizam todos os passageiros do Aeroporto Salgado Filho,
principalmente aqueles que precisam chegar ao Aeroporto, ou sair dele, não há
condições de fazer isso em menos de uma hora de trânsito. Isso é lamentável!
Muito obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde, eu quero
seguir na mesma linha do Ver. Nelcir Tessaro. Temos algumas dificuldades, e,
para resolvê-las na nossa Cidade, será necessária uma articulação entre todas
as Bancadas e todos os Partidos. Também será necessária uma articulação entre
Legislativo, Executivo e o próprio Judiciário para construirmos uma política
para resolvermos os problemas da periferia da nossa Cidade, Ver. Mauro
Pinheiro. Em Porto Alegre - isto vivenciamos dentro da própria CUTHAB -, temos
uma série de comunidades que vivem em áreas de risco, áreas que não são as
ideais para um ser humano ter uma boa qualidade de vida. Será necessário, com
certeza, fazermos um grande mutirão - assim como há o mutirão da Saúde, Verª
Fernanda Melchionna - para conseguirmos agilizar a retirada dessas pessoas que
hoje vivem em áreas de risco.
No verão, há problema de ratos, de mosquitos, da
proliferação do próprio mosquito da dengue. Essas comunidades, onde estão
vivendo, ficam expostas a isso. Na época de chuva, que vem depois de abril,
temos os arroios transbordando, os valões enchendo, as casas das pessoas sendo
tomadas por ratos, que não têm como permanecer nos arroios ou nos valões, eles
entram nas casas das pessoas, trazendo a contaminação do solo, algo que gera
enfermidades, principalmente para as crianças, que brincam do chão: aquela
terra contaminada entra para debaixo das unhas, e isso gera uma demanda maior
para a própria Saúde. Precisamos, Ver. Mauro Pinheiro, nos articular para
resolver esse tipo de problema na nossa Cidade.
Nós sabemos, Sr. Presidente, que hoje não temos
condições de dar casa para todas as pessoas, mas o DEMHAB tem trabalhado para
resolver, dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida, a situação de algumas
comunidades. Mas são muitas comunidades, precisamos, Ver. João Dib, nos debruçar
sobre esta questão: as comunidades que hoje estão nas áreas de risco. E, quando
se trata nesta Casa de Plano Diretor, discute-se muito vagamente; essas
comunidades não têm como discutir, porque não são contempladas, algumas estão
em áreas privadas, outras estão em áreas verdes, mas é área de risco. O DEMHAB,
hoje, não tem pernas para alcançar todas essas comunidades, mas alguma
alternativa, no mínimo, Ver. Luiz Braz, tem que ser discutida entre o
Legislativo, o Executivo e o próprio Judiciário!
No ritmo em que nós estamos indo, jamais
conseguiremos alcançar aquelas famílias que hoje moram com sete, oito pessoas,
porque aqueles que hoje são crianças, daqui a alguns anos, Ver. Haroldo de
Souza, estarão constituindo família e dividindo a mesma área de risco. Isso vai
proliferando-se, isso vai ampliando-se. Quem tem dez anos hoje, Ver. Mauro
Pinheiro, e mora numa área de risco, quando tiver 16 anos, 17 anos - podem ter
certeza -, já vai estar morando com alguém, já vai ter filho, e isso vai
ampliando aquela comunidade. Nós temos visto o exemplo no Rio de Janeiro.
Aquelas favelas vão se proliferando, os filhos daquelas pessoas passam a morar
ali também; fica difícil o acesso para dar atendimento à Saúde, para dar
segurança àquelas comunidades. Tenham certeza, senhores e senhoras, de que isso
que aconteceu no Rio de Janeiro agora, quando espantaram de lá o mundo do crime
e o espalharam, em outras capitais vai se fortalecer, porque muitos bandidos
terminam se mudando e vão tentar ocupar espaços em outras capitais. E Porto
Alegre fará parte desse cenário também se nós não nos prepararmos e não
ocuparmos as vilas irregulares, se não ocuparmos hoje as áreas de risco para
levar uma melhor qualidade de vida a essas pessoas.
O Programa Minha Casa, Minha Vida acena para um
futuro promissor, mas nós temos consciência de que isso ainda é pouco e de que
não vai conseguir resolver o problema da nossa Cidade; é muita demanda para uma
oferta pequena. Isso não se resolve, senhoras e senhores, com o Programa Minha
Casa, Minha Vida; isso se resolverá quando o Legislativo sentar com o Executivo
e o Judiciário, que são pagos pelo povo para oferecerem uma melhor qualidade de
vida para ele! E, quando nós vamos para as vilas, Ver. DJ Cassiá, parece que a
responsabilidade é só do Legislativo e do Executivo; a responsabilidade é do
Legislativo, do Executivo e do Judiciário. A responsabilidade é, sim, do
Ministério Público, no sentido de ele achar alternativas ou de construir um
caminho para criarmos alternativas. Somos pagos pelo povo para criarmos, para
colocarmos, no final do túnel, aquela famosa luz, Ver. DJ Cassiá.
Nós nos preocuparmos com as duplicações das
avenidas da Cidade para a Copa do Mundo, e é importantíssima a duplicação
dessas avenidas, é importantíssima a ampliação do Aeroporto, mas é fundamental,
é essencial, para a nossa Capital, que nos debrucemos sobre a situação das
áreas de risco, Ver. Idenir Cecchim. Isso é fundamental, porque, senão,
estaremos fazendo o que nós sempre criticamos: aquela maquiagem na Cidade. Lembram
que tínhamos o discurso: “Estão maquiando a Cidade”? Antigamente se dizia:
“Estão pintando o meio-fio”. E agora, senhoras e senhores, nós estamos
enfrentando, Ver. DJ Cassiá, o grande desafio para a Copa do Mundo. Está, sim,
em segundo plano a ampliação do Aeroporto, em segundo plano a duplicação das
avenidas; em primeiro plano está a qualidade de vida para aquelas pessoas que
moram em área de risco. E, depois de serem retiradas da área de risco, Ver.
Idenir Cecchim, tem-se que criar alternativa para que não se ocupe mais aquela
área de risco, transformando o local em praça, em alguma coisa para que novas
comunidades não se formem.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte?
O SR. NILO
SANTOS: Concedo-lhe um aparte, Ver. DJ Cassiá, que transita pela favela, pela
periferia, V. Exª sabe muito bem do que estou falando.
O Sr. DJ
Cassiá: Parabéns, Ver. Nilo Santos, pelo tema de grande importância. Ver. Nilo
Santos, estava prestando atenção no que o senhor falava. Como todos sabem, eu,
em cada domingo, estou em uma comunidade diferente com o Projeto Domingo
Alegre. Mas, antes de falar do projeto, quero dizer que o primeiro traficante
que aparece na vida do ser humano, muitas vezes, é um amigo, é aquele que dá a
droga para ser provada pela primeira vez. E essas coisas, quando proliferam,
dizem respeito ao planejamento familiar, por quê? Porque passa por toda uma
estrutura de Educação. Veja bem, aquela menina que estuda, que faz
universidade, quantos filhos ela tem, Ver. Nilo Santos? No máximo, um! Ou nenhum! A menina que mora na comunidade carente, lá dentro do
bairro, dentro da periferia, quantos filhos tem? Três, quatro, cinco filhos.
Qual é o destino dessas crianças?
Ver. Dr. Raul
Torelly, o senhor sabe muito bem o que eu estou querendo dizer aqui. O senhor sabe
muito bem! Passa pela questão do planejamento familiar, passa por toda uma
estrutura, Ver. Nilo Santos, como o senhor está falando aqui. Temos que dar
oportunidade aos nossos jovens e às nossas crianças. Sem oportunidade não vamos
ter prevenção contra o crime, e a prevenção está na Educação de qualidade, está
na cultura. Cultura é importante! Convido os senhores para conhecerem o Projeto
Domingo Alegre, que acontece aos domingos dentro da periferia. Vejam quantos
jovens estão envolvidos no projeto, trabalhando! Esses jovens, se não
estivessem envolvidos naquele domingo, estariam fazendo, talvez, outra coisa,
Ver. Nilo Santos. Parabéns, Vereador, pelo seu discurso! Parabéns, mesmo! O
senhor está na linha certa. O senhor está com o seu discurso no caminho certo.
Parabéns.
O SR. NILO SANTOS: Obrigado, Ver. DJ
Cassiá.
Srs. Vereadores, nós
temos algumas maldições que ocorrem nas vilas; uma delas é o abandonar a
escola. A maioria da gurizada, Verª Maristela Maffei, abandona o estudo muito
cedo. A senhora foi uma das pessoas que lutaram muito pela implantação da
escola técnica na sua região, mas para a nossa gurizada chegar até a escola
técnica deverá ser feito um trabalho para que concluam os seus estudos. É
necessário que eles passem da quinta série, que façam a sexta, a sétima e a
oitava. É necessário. E para isso vai ter que ser criada uma estratégia pelos
três Poderes - o Executivo, o Legislativo e o Judiciário -, eles não conseguem
perceber a importância. Depois, os jovens saem para procurar um bom emprego e
não conseguem, por quê? Porque o nível de escolaridade é muito baixo. É muito
baixo! A senhora é uma das pessoas que lutaram muito pela implantação da escola
técnica na sua região, mas é necessário, agora, conscientizarmos as populações
carentes de que essa gurizada precisa retomar os estudos. Precisamos criar um
estímulo, um incentivo para que eles retornem à escola.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, este é um tema pertinente,
importantíssimo, e quero aqui fazer um contraditório fraterno. Nós trabalhamos
geralmente com a consequência. Com tudo que está acontecendo agora, com essa
banalização da violência, que é um fato real não só no Rio de Janeiro, vemos a
necessidade emergente da tomada de medidas radicais. Ainda estamos muito longe
de fazer esse trabalho preventivo.
Se não fizermos este
contraditório, passa a impressão, para o senso comum e para a sociedade, de que
o grande problema do Brasil são as pessoas empobrecidas. Sei que o senhor tem a
consciência do que estou falando, mas é bom dialogarmos, porque não estamos
falando só entre nós aqui, os Pares desta Casa, mas com a sociedade que está
nos assistindo. Devemos, realmente, aprofundar essa discussão, trabalhar a
questão das redes. Só com um trabalho coercitivo... Pois isso é, de fato, um
assassinato em vários parâmetros, cerceando aqueles jovens que foram levados ao
tráfico, enquanto os grandes traficantes, os que plantam, as indústrias
químicas, enfim, ficam na invisibilidade e não retornam absolutamente nada para
o Estado, e a Saúde Pública está aí, tendo como consequência, no nosso Estado,
o financiamento da Saúde. Isso traz lucro para muita gente, inclusive para os
laboratórios, enfim, para todas as indústrias de que estávamos falando. Não
estou tirando o problema real que o senhor está colocando aqui muito bem, mas
temos que fazer esse trabalho coercitivo, como aconteceu agora no Rio de
Janeiro, também iniciando pelo trabalho preventivo. E não é só uma questão de
cuidar quantos filhos a mulher do rico e a mulher do pobre vão ter; trata-se de
um trabalho de conscientização.
Essas pessoas que
estão no poder hoje, Vereador, têm muito lucro. Basta ver os Estados Unidos: o
que mais lhes dá lucro? A indústria bélica e o narcotráfico. O Governo dos
Estados Unidos, as indústrias dos Estados Unidos não vivem sem isso, e esses
grandes querem dar exemplo, às vezes até nos dão uma moral - e não vou aqui
vulgarizar o termo -, nós temos que observar isso. Quero dizer que estou do seu
lado para juntos plantarmos e introduzirmos essa política no nosso País.
Obrigada.
O SR. NILO SANTOS: Agradeço o aparte,
Verª Maristela Maffei.
Senhores e senhoras,
para concluir: precisamos criar estratégias. Não podemos empurrar a
responsabilidade para o Judiciário, o Executivo ou o Legislativo. É uma
responsabilidade dos três Poderes. Precisamos nos debruçar e criar uma
estratégia para resolver o problema dessas pessoas que hoje vivem nas áreas de
risco de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro – às 16h29min): Havendo quórum, passamos à
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, registro, aqui em Plenário, com muita honra, que estou
vindo da cerimônia de instalação da 1ª Delegacia Especial de Meio Ambiente do
Estado do Rio Grande do Sul - um sonho antigo da sociedade gaúcha. Com sede em
Porto Alegre, terá à frente a Srª Delegada Elisangela Reghelin, que já fez,
agora, uma investigação sobre a mortandade de dez toneladas de peixes no rio
dos Sinos. Temos agora mais um instrumento, mais uma instituição para julgar
crimes hediondos contra o meio ambiente, portanto, contra a nossa população,
contra a humanidade. Fica o registro, Sr. Presidente. Muito obrigado.
PROC.
Nº 1746/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/10, de autoria do
Ver. Dr. Raul Torelly, que estabelece, no Sistema Único de Saúde (SUS) do
Município de Porto Alegre, o atendimento em regime de mutirão.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 24-11-10;
- retirada a Emenda nº 01;
- votada a Emenda nº 02,
com Subemenda nº 01;
- votação do Projeto nula
por falta de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o PLL n° 081/10, de autoria do Ver. Dr.
Raul Torelly. (Pausa.) Resta apenas a votação do Projeto, porque,
anteriormente, não houve quórum para sua a votação.
Em votação o
PLL nº 081/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 17 Votos SIM, 05 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
Em votação os
Requerimentos de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a retirada de
tramitação dos seguintes Projetos: PLCL nº 004/01, PLCL nº 011/04 e PLCL nº
005/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADOS.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1827/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/07, de autoria da Verª Maristela Maffei, que obriga os
grandes supermercados e estabelecimentos comerciais no Município de Porto
Alegre a utilizar sacolas e sacos de material reciclado, determina penalidades
pelo não-cumprimento desta Lei e dá outras providências. Com Substitutivo nº
01. Com Emenda nº 01 e Subemenda ao Substitutivo nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e dos Substitutivos nºs 01 e 02. Relator Ver.
Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza para a tramitação da Emenda
nº 01 ao Substitutivo nº 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo
nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 05-7-10;
- adiada a discussão por cinco Sessões em 18-03-09;
- retirado o Substitutivo
nº 02.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 061/07, de autoria da Verª
Maristela Maffei. (Pausa.) A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir o PLL nº 061/07.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, este Projeto tramita na Casa desde 2007, estivemos
envolvidos em muitas discussões, em contraditórios e com o pessoal ligado à
universidade, da área científica, das ONGs, das indústrias, pessoas que têm
toda uma elaboração e pesquisas em torno desse tema. Agora, é necessário dizer
- e a sociedade tem contribuído muito com essa discussão - que a nossa Cidade,
o nosso Estado, o nosso País e o mundo inteiro hoje discutem muito o assunto. O
Ver. Adeli Sell foi um dos proponentes do Substitutivo e depois o retirou; por
estar convencido do que construímos aqui neste Plenário, em debate, em um
seminário, ele se somou ao Substitutivo nº 02, elaborado pelo Ver. Bernardino
Vendruscolo - que está aqui - e por esta Vereadora. Portanto, tínhamos um
Projeto, veio o Substitutivo nº 01, do Ver. Adeli Sell, e, depois, chegamos ao
consenso, com o segundo Substitutivo, de minha autoria e do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que muito contribuiu nessa discussão.
Nós vivemos, com a questão do CO², CO4, CHO4 e
tantos outros, Ver. Beto Moesch, um dilema muito grande. O Brasil, apesar de
não estar numa urgência, faz parte do globo. Hoje, os Estados Unidos e a China
praticamente utilizam energia não renovável com o grande câncer da humanidade,
que é o carvão. Sabemos o que significa para o meio ambiente esse problema do
petróleo, que muitas vezes é, sim, um problema sério para o meio ambiente,
assim como o carvão produz, sim, um dos piores males que enfrentamos hoje na
sociedade. Mas o Projeto, originalmente, fala do produto biodegradável.
Estive agora representando esta Casa num seminário
internacional, em que tivemos cientistas da França, dos Estados Unidos, da
Inglaterra, os nossos aqui, físicos, especialistas, os melhores pesquisadores e
estudiosos na área da Física, abordando questões relacionadas ao meio ambiente
e à mudança climática internacional. Vimos que, apesar, por exemplo, de a China
não ter assinado o acordo internacional que diz respeito às políticas que foram
discutidas em Kyoto - Protocolo de Kyoto -, por outro lado, ela tem solucionada quase que em cem por cento a questão
das sacolas plásticas e dos plásticos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maristela Maffei continua a discussão do
PLL nº 061/07 a partir deste momento por cedência de tempo do Ver. Bernardino
Vendruscolo.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Eu agradeço a solidariedade dos meus colegas,
agradeço também ao Ver. Paulinho Rubem Berta, que estava se manifestando para
me ceder o tempo.
Eu coloco essa experiência, Ver. Bernardino, de
outros países, porque, apesar de temos políticas nacionais, devemos buscar
experiências internacionais para equacionar esse problema tão grave, que é a
questão das sacolas plásticas.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Só para resgatar que, anteriormente, protocolamos um Projeto - foi um
descuido, não tínhamos conhecimento de que existia um Projeto de sua autoria já
tramitando. Foi a partir disso que surgiu o Substitutivo, em razão das
pesquisas que tínhamos feito naquela oportunidade. Hoje, apesar de eu estar
assinando este Projeto com V. Exª, ele tem o seu comando. Nós vamos votar
favoravelmente.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Ver. Bernardino. Isso nos deixa muito
honrados, até porque demonstra que, em todas as Bancadas - não é apenas esta
Vereadora -, há pessoas que trabalham com esse tema.
Nós não queremos tornar o plástico um vilão pura e
simplesmente; o seu uso é uma realidade no mundo inteiro. Queremos buscar
soluções para que o nosso meio ambiente e a sociedade não arquem com o ônus que
vivenciamos em relação às enchentes, em especial. Se pegarmos fotografias -
aqui foi demonstrado durante longo tempo -, se observarmos o Guaíba,
principalmente por quem passa ali no entorno... Ficamos constrangidos, Ver.
Tessaro, quando vemos o acúmulo de sacolas plásticas, em especial por dois
problemas seriíssimos, porque, da forma como está, não se estabelecendo nenhuma
norma... Foi criada a NBR nº 14.937 pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas, a ABTN, que torna as sacolas mais resistentes, ocasionando redução do
número de sacolas; portanto, essa norma técnica trabalha com a questão da
qualificação das sacolas plásticas ou de qualquer tipo de plástico.
Ficamos absolutamente
constrangidos quando nos colocamos como sendo a Capital da melhor qualidade de
vida, a Capital cultural, mas, no entanto, não fazemos esse trabalho no âmbito
do consumo excessivo. Também há falta de um trabalho preventivo ambiental nas
escolas, como nós já tivemos na cidade de Porto Alegre, Verª Sofia Cavedon.
Hoje não existe uma política de gestão em relação a isso, tanto na questão do
lixo reciclável como na questão da própria captação, da forma que é feita a
captação na Cidade. Acreditamos que, agora, com o Prefeito Fortunati, com uma
discussão com a sociedade, nós vamos chegar a um outro patamar e avançar em
relação a esse tema.
A quantidade que temos desse lixo em Porto Alegre é
alarmante, Ver. Cecchim. E a falta de regramento, de estudo, de priorização
nessa área nos deixa absolutamente estarrecidos, e temos experiências
interessantíssimas. Temos, por exemplo, a experiência do biodegradável; não
falo do oxibiodegradável, porque sabemos que o oxibiodegradável, a própria
molécula que faz a deteriorização da sacola, do plástico, acaba por novamente
poluir o nosso solo, o nosso subsolo. É claro, Ver. Adeli Sell, que também não
temos garantia de que o biodegradável não vá poluir num percentual. Mas, diante
da situação que vivenciamos hoje, não tem mais como continuarmos, Ver. Airto
Ferronato. Nós nos sentimos constrangidos perante a sociedade, por todas as
titulações que nós temos, pelo nível de universidades qualificadas, como a
Universidade Federal ou mesmo outras universidades particulares. Nós fazemos
palestras no mundo inteiro e queremos dar exemplo para todo o mundo.
Encerrando - depois eu falarei novamente no
encaminhamento -, quero dizer que acredito sinceramente, pelas discussões,
pelos aprofundamentos que tivemos com a sociedade civil, com as ONGs, com a
Universidade, com os nobres Pares desta Casa, com as indústrias, inclusive com
a Agas, porque, aqui, nós buscamos o entendimento de todos os envolvidos...
Quero dizer o seguinte: eu não acredito, Verª Sofia, que a gente tenha que
ficar abraçando uma árvore ou um carro, acho que nós temos que pensar em saídas
e ações concretas para a sociedade. Então, nem tanto para um lado, nem tanto
para o outro. Devemos buscar projetos e ações que, de fato, possamos colocar em
prática e com um retorno efetivo para a nossa sociedade. Essa é a compreensão
que temos, Ver. Luiz Braz - um dos autores da Emenda -, mas depois, nos
encaminhamentos, retomaremos a discussão. Acredito que teremos mais
manifestações e contribuições, inclusive de pessoas que têm conhecimento
aprofundado do assunto. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLL nº 061/07.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a
Verª Maristela Maffei colocou muito bem a questão. Este é um Projeto construído
a partir de muitos debates - muitos debates. Muitos Vereadores contribuíram,
mas o carro-chefe, quem comandou as discussões, foi, e faço justiça, a
companheira Maristela Maffei. Eu tinha preparado um Projeto, que acabou
entrando posteriormente como um Substitutivo, porque eu tinha uma outra ideia
sobre o tema. Confesso que a minha ideia era equivocada; fui mal orientado por
uma determinada visão sobre a questão do material plástico. Depois, fui
convencido por técnicos, em debates aqui, de que o oxibiodegradável é um grande
problema, tecnicamente não é o que se propala muitas vezes. Quero dizer para as
senhoras e os senhores, nossos telespectadores, que a gente tem que ter muito
cuidado quando apresenta uma tese inovadora.
Eu sou ousado e sei que já apresentei muitas
inovações, muitas delas corretas, e, em alguns momentos, até sofri críticas.
Vou dar um exemplo banal: o meu Projeto de Lei que obriga as pessoas a
recolherem os dejetos fecais dos seus animais. Foi uma polêmica, diziam que era
uma besteira o Vereador se preocupar com esse tema. Hoje a Cidade não está
muito melhor? Hoje as pessoas não saem com os seus animais e recolhem os dejetos
fecais? Nós contribuímos, humildemente, com a limpeza, com a saúde, com a
estética urbana. Nosso papel é fazer muito isso, não apenas Projetos de Lei,
mas aqui se trata de uma discussão, Ver. Cecchim, longa, exaustiva, às vezes
até nos deixou um tanto quanto baratinados, porque as teses são grandes, os
argumentos são pesados de lado a lado.
Estamos optando pelo Substitutivo nº 02, defendido
pela Verª Maristela. Nós retiramos o nosso Substitutivo, portanto ele existe
mais. Esperamos que todos os Vereadores que não puderam, de alguma forma ou
outra, acompanhar esse processo longo e cansativo de debates possam nos
acompanhar, porque estamos aqui mostrando que foi possível compor um Projeto de
Lei importante, mas cauteloso. Até porque hoje se faz uma discussão na
Associação Gaúcha de Supermercados, como em todos os ramos mercadistas, no
sentido de evitar, ao máximo, o uso de sacolas.
A indústria, sem dúvida nenhuma, sabe que ela pode
e deve explorar ao máximo a utilização das suas matérias-primas, mas há outros
usos que não apenas a sacolinha, que é um mercado importante, mas não é o
único. Hoje, felizmente, as indústrias começam a se colocar na condição de
avançar e até de mostrar que há caminhos de sustentabilidade que talvez nós,
que não estamos no dia a dia na militância, na organização de uma indústria
como a do plástico, achássemos, há algum tempo, que seriam completamente
impossíveis de acontecerem, mas estão acontecendo. Eu acho que o mundo mudou,
nos últimos 30 anos, pelo menos, de uma forma tão vasta, tão grande, que nós
precisamos entender que a política e alguns debates que se faziam há 30 anos
hoje estão superados. Não que alguns debates não se devam fazer, como, por
exemplo, a questão ambiental, porque, quando se fala em sustentabilidade, Verª Sofia,
nós estamos falando em algo muito mais amplo, não apenas na questão ambiental
restrita.
Então, eu louvo os Vereadores que se empenharam,
especialmente a Maristela e o Bernardino, que assinaram conjuntamente. E quero
agradecer a todos aqueles que foram ousados em tentar me convencer do equívoco
do meu Substitutivo, eu o retirei. Nós propusemos, com certeza, um grande
Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 061/07.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, o Projeto de Lei da Verª Maristela Maffei está sendo discutido
aqui na Câmara desde 2007. Eu dei uma olhada não de forma superficial, mas eu
diria que dei uma olhada de entendimento fácil deste Projeto. Entendo que todos
nós temos preocupações com o meio ambiente, com os produtos biodegradáveis, com
os produtos que fazem mal à natureza, com os produtos que podem ser
substituídos, mas fico muito preocupado com um Projeto que só substitui a
sacola plástica. E as embalagens? E as garrafas PET? Como é que nós vamos fazer
com as garrafas PET? O que vamos fazer com as embalagens dos produtos de
limpeza? Isso, sim, é um monte de lixo plástico! Esta é a grande preocupação de
todos nós: aonde vamos colocar todo esse lixo plástico? Aonde? E estamos
preocupados com a sacolinha! Acho que temos que nos preocupar com a sacolinha,
mas lembro que estamos substituindo aquele saco plástico que serve para colocar
o lixo. Se olharmos as montanhas de lixo em todos os condomínios, vamos ver que
essas sacolinhas de plástico dos supermercados são usadas para mandar o lixo
para as lixeiras, lixo que muitas vezes não é separado: há lixo orgânico dentro
dessas sacolinhas, e aí dificulta o trabalho do DMLU ao separá-lo.
E fico muito preocupado com este Projeto porque ele
praticamente monopoliza o fornecedor da matéria-prima. Monopoliza! Monopoliza!
E eu, quando se trata de monopólio, fico muito preocupado! Cheguei este ano na
Câmara, estava servindo à nossa Cidade lá na Secretaria de Indústria e
Comércio, mas este Projeto merece algumas discussões comparativas: quantas
toneladas de plástico nós estamos evitando tirando as sacolas plásticas? E
quantas toneladas nós estamos deixando circular, como as PETs e as embalagens
plásticas dos produtos de limpeza? Essas embalagens estão nos supermercados, em
tantos outros lugares. Por que só a sacola de supermercado? Por que só esse
produto verde da Braskem? Acho que precisamos discutir um pouco mais isso, Verª
Maristela Maffei! Sei que V. Exª teve boa intenção em colocar isso em
discussão, em fazer o Projeto, é uma preocupação louvável, mas quero deixar a
minha preocupação com relação ao monopólio! Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir
o PLL nº 061/07.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, meu querido amigo Ver. Idenir Cecchim, talvez seja esta a
menor preocupação que eu tenha em relação a quem fabrica a sacola que pode ser
reciclada e que vai causar menos mal à natureza. Eu não sei dizer a V. Exª se é
só a Braskem a fabricante, mas, se for só ela, os outros têm que se adaptar à
forma correta de se produzir o plástico, para que nós, como sociedade, soframos
menos com relação a esse material, que será utilizado e depois jogado na
natureza.
Fizemos uma Subemenda, Ver. João Dib, ao
Substitutivo nº 01 que eu acredito que corrige as preocupações levantadas pelo
Ver. Idenir Cecchim, como outras preocupações que vimos aqui. Nós a fizemos com
o objetivo de corrigir uma inconstitucionalidade que existia no Projeto.
Acontece que não podemos, Ver. Nelcir Tessaro, e V. Exª é um advogado com muita
sabedoria, obrigar os supermercados a fornecerem essa ou aquela sacola, porque
vamos, de alguma forma, agredir a Constituição no seu capítulo de Economia;
afinal de contas, nós temos que dar uma certa liberdade para que as empresas
possam fornecer esse ou aquele material; eu não posso obrigar um supermercado a
fornecer esse ou aquele material. Então, estamos dizendo que, quando a grande
loja de supermercado fornecer a sacola, ela tem que fornecer de material que
agrida menos a natureza, tem de ser material reciclável.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz
Braz, eu, realmente, tenho dificuldade em entender algumas coisas que ocorrem
nesta Câmara de Vereadores. Por exemplo, agora, tenho dificuldade de entender
V. Exª, porque a sua Subemenda diz o seguinte (Lê.): “Os grandes supermercados
do Município de Porto Alegre que fornecerem sacolas plásticas aos seus clientes
serão obrigados a utilizar sacolas confeccionadas com materiais oriundos de
fontes renováveis [...]”. É verdade que adiante pode ser que esteja o valor da
Subemenda de V. Exª: “[...] atendam às normatizações respectivas vigentes nos
órgãos responsáveis”, talvez esteja aí, mas V. Exª está obrigando os
supermercados a utilizarem as sacolas.
O SR. LUIZ
BRAZ: Não, não, não! Não estou obrigando. Vossa Excelência é especialista em
fazer a leitura correta de textos, e eu quero que V. Exª refaça a sua leitura.
Eu estou tratando dos grandes supermercados do Município de Porto Alegre que
fornecerem sacolas, mas, ora, eles podem não fornecer! Eu estou dizendo “que
fornecerem”! Eles podem fornecer, inclusive, outro tipo de material. Agora, se
fornecerem sacolas plásticas, eles têm que obedecer a todos os regramentos que
existem hoje para que essas sacolas agridam menos a natureza, para que sejam
feitas de material reciclável, exatamente de acordo com as últimas normas
técnicas da ABNT que foram emitidas.
Então, se V. Exª notar, a redação não obriga o
supermercado a fornecer sacola de plástico. Aqueles que a fornecerem terão de
fazê-lo com material reciclável. Esta Subemenda vem dar a redação correta, Ver.
Cecchim. Ela não está obrigando nenhum supermercado a fornecer sacola de
plástico, mas, se vier a fornecer, que seja com o material correto.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa Excelência
talvez seja o Vereador mais experiente desta Casa. E eu não interpreto muito
bem quando V. Exª diz “que fornecerem sacolas plásticas”. O supermercado só
fornece com plástico hoje em dia! E não estou nem olhando o lado do
supermercado, eu estou olhando o lado da obrigatoriedade de comprar de uma
empresa só.
O SR. LUIZ
BRAZ: Esta discussão...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz continua a discussão do PLL nº
061/07 a partir deste momento por cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.
O SR. LUIZ
BRAZ: Agradeço muito, porque esta discussão que faz o meu querido amigo Ver.
Idenir Cecchim é boa. Temos que estar extremamente esclarecidos com relação a
qualquer matéria que vamos votar nesta Casa, para que não fiquemos com nenhum
peso na consciência ao darmos o voto.
Vossa Excelência sabe que existem muitas campanhas
para que os supermercados não forneçam mais a tal sacola de plástico. Ninguém
está dizendo aqui que o supermercado tem que fornecer a sacola de plástico.
Agora, se o supermercado vier a fornecer a sacola de plástico - é isto que traz
a redação desta Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 -, que
forneça com o material correto, para agredir menos a natureza. Eu sei que a
Braskem fabrica esse material, e eu não poderia dizer para V. Exª quem mais o
fabrica. Eu não saberia dizer se há outra empresa que também fabrica o
material. Mas é lógico que nós queremos que esse material que vai ser utilizado
pelo supermercado seja o melhor possível.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço-lhe muito o
aparte. Justamente, o que eu quero dizer é que, se o supermercado fornece, ela
é feita de plástico - todo mundo está fornecendo sacola plástica hoje em dia.
Os supermercados devem começar a se preocupar em fornecer sacola de pano. Há
muitos supermercados fazendo isso. Eu estive na Argentina e no Uruguai, lá já
estão fornecendo essas sacolas, e elas são vendidas a um preço baixo. O mercado
regula isso, não cabe à Câmara de Vereadores de Porto Alegre obrigar: “Se
fornecer, que seja com aquela”.
O SR. LUIZ
BRAZ: Não, não. O que estamos dizendo é que o supermercado pode fornecer
qualquer sacola, é o que diz a Subemenda, mas, se for fornecer uma sacola de
plástico, ela deverá obedecer aos padrões que agridem menos a natureza. É isso
que diz a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01, Ver. Idenir Cecchim.
O que nós fizemos foi corrigir um erro que existia no Substitutivo. Nós não
podemos criar aqui nenhuma obrigação no sentido de o supermercado utilizar
apenas sacolas de plástico, estamos tirando isso com a Subemenda nº 01.
Agradeço-lhe, Vereador.
A Srª
Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, eu estou usando novamente a prerrogativa deste momento para
dizer que, primeiro, nós estamos na Casa do Povo: conversamos com todos os
segmentos, com todos os setores da sociedade, inclusive com os sindicatos das
indústrias que fabricam plástico, que fabricam tecido, também com o sindicado
das indústrias da celulose, da madeira. Tivemos, aqui nesta Casa, um seminário
com relação a isso. Como eu sou autora, assim como o Ver. Bernardino é autor,
assim como o Ver. Adeli Sell elaborou, assim como temos a Subemenda de V. Exª e
a Emenda do Presidente da Casa, o Ver. Nelcir Tessaro, é importante que se
diga... Passa-se a impressão de que esta Casa não trabalha de forma clara, e
isso é ruim para todos nós - se não fizéssemos dessa forma, não estaríamos aqui
discutindo. É importante que a sociedade tome ciência do teor inicial deste
Projeto, das discussões que fizemos aqui - elas estão gravadas e arquivadas na
Casa -, com todos os segmentos, universidades, enfim. Nós estamos chegando ao
momento de votação e não queremos constranger ninguém na participação e na
discussão. Eu só queria esclarecer, porque muitas vezes as pessoas acabam se
tornando indelicadas, e eu acho isso muito ruim. Agora, as pessoas têm direito
de enfrentar a discussão com elementos científicos, políticos e de uma forma
bastante responsável. Essa é a consideração que eu queria fazer neste momento.
O SR. LUIZ
BRAZ: Pois não, Verª Maristela Maffei. Mas eu acho muito importante que a
gente discuta realmente e bastante, e que todas as dúvidas sejam colocadas,
porque essa é a única forma de votarmos aqui qualquer matéria com consciência.
Esta matéria já está em discussão há muito tempo e, com toda a certeza, vem
sendo corrigida, vem sendo discutida com vários setores da sociedade. E ela
chega, hoje, à votação, meu querido amigo Nelcir Tessaro, acredito que com
todas as dúvidas respondidas. Penso que o Substitutivo nº 01 com a Emenda nº
01, do Ver. Nelcir Tessaro, e com a Subemenda nº 01, que nós colocamos ao
Projeto, retira qualquer possibilidade de dúvida que alguém possa ter em
relação à questão da inconstitucionalidade ou a defeitos do Projeto. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 061/07.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, desde o início deste ano legislativo tenho me batido no
sentido de que a Casa vote alguns Projetos que estão aqui fazendo aniversário.
Por exemplo, o PLL nº 061/07 ingressou na Casa no dia 4 de abril de 2007. Há
pouco eu comentava com o Ver. Bernardino Vendruscolo sobre a minha estranheza
com relação ao Projeto, que, com quatro anos de tramitação, só tinha manifestações
da Comissão de Constituição e Justiça, nenhuma Comissão de mérito tinha
examinado o assunto. Agora, com o desdobramento da discussão, vejo algumas
colocações que - preciso dizer, com toda a sinceridade -, ao meu juízo, não
podem prosperar.
O meu amigo Ver. Cecchim sustenta que, por ser
contra os monopólios, não pode ser a favor deste Projeto, porque só uma empresa
no Brasil ou no Rio Grande do Sul teria condição de fornecer essa
matéria-prima. O Ver. Luiz Braz, que estudou muito este assunto, vem à tribuna
e diz que não sabe quantos podem ou não fornecer essa matéria. Eu,
pessoalmente, desconfio de que, no fundo, Ver. João Dib, acompanhando as coisas
que ocorrem neste País, ao final e ao cabo, nós vamos encontrar a nossa grande
Petrobras numa ou noutra posição, porque todos esses assuntos da petroquímica
dependem daquele produto básico que é a Petrobras que, monopolisticamente,
fornece. Agora alguém me lembra que a Braskem vai fazer o produto verde e que
aí a Petrobras não está. Olhe bem, que está também! A Petrobras está presente
em tudo.
Quero dizer sinceramente o seguinte ao meu amigo
Cecchim, vou falar olho no olho: se só a Braskem tem competência para fazer a
coisa certa, viva a Braskem! Se só a Braskem faz a matéria adequada - que os
colegas aqui estão entendo como a mais ajustada -, viva a Braskem! Eu não sei
se é tanto assim, mas não tenho esse tipo de temor. Em verdade, o Ver. Braz fez
uma ginástica para dar constitucionalidade a este Projeto, porque evidentemente
ele não está obrigando as empresas a fornecerem sacolas plásticas. Se elas não
quiserem fornecer, não vão fornecer! Se, em vez de serem plásticas, forem de
papel, vai ser de papel. Agora, de plástico ela pode entregar desde que utilize
material reciclável, que, segundo o Ver. Cecchim, só a Braskem produz neste
Estado ou neste Brasil. Se for ela, eu vou bater palmas para ela, Vereador,
porque...
(Aparte antirregimental do Ver. Idenir Cecchim.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Não! Se a sua empresa começar a produzir alguma
coisa que seja bom para preservar a natureza, eu vou apoiar a sua empresa, a
sua ou de qualquer outro brasileiro bem-intencionado.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, obrigado
pelo aparte. Eu quero dizer que a minha empresa produz coisa boa, sim, senhor,
e não prejudica o meio ambiente. É outra matéria, não é plástico. Agora, se for
proibir o plástico, que se proíba o plástico, todo ele. Que se proíba todo
material plástico, que se proíba a distribuição de matéria plástica, de
material plástico, nos supermercados!
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu acho que aí é que está o desencontro...
O Sr. Idenir
Cecchim: Eu não estou preocupado com a Braskem, não; eu só falei na Braskem
porque casualmente eu sei, acompanho pela imprensa, que a Braskem desenvolveu
esse projeto fantástico, bom para o meio ambiente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós não vamos entrar aqui num pingue-pongue, num
bate-bola. O Ver. Reginaldo Pujol continua a discussão do PLL nº 061/07 a
partir deste momento por cedência de tempo do Ver. Paulo Marques.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só vim esclarecer
que a minha empresa produz coisa boa para o meio ambiente.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Se um dia a sua empresa produzir matéria que não
prejudique o meio ambiente, se ela for empregada para essa ou aquela
finalidade, eu serei defensor dessa utilização.
Eu fico muito à vontade para dizer o seguinte:
todos sabem que eu sou uma pessoa que defende a economia de mercado, todos sabem
que sou liberal, mas não posso, em algumas situações, Ver. Mauro, que tem
negócios nessa área, querer combater algumas coisas pelo fim, e não pelo
começo. Ora, se não há ninguém neste País capaz de oferecer àqueles que
utilizam sacolas plásticas material reciclável... Se só uma empresa produz, eu
lamento, pois gostaria que houvesse várias, para que se estabelecesse a
concorrência. Mas, se não existir, eu não vou penalizar essa empresa que está
produzindo um material inadequado, retirando-a do processo; não tem sentido.
Li a Exposição de Motivos; inclusive, no meu
entendimento, Ver. Mauro Pinheiro, há um erro fundamental nesse processo,
porque o processo diz “os grandes supermercados”. Qual é o supermercado que é
grande e qual é o supermercado que é pequeno? Nós temos algumas redes de
supermercados com uma série de pequenos estabelecimentos, mas que, no conjunto,
são enormes. Então, não há grandes, nem pequenos, há quem atende bem e quem
atende mal nesse sentido. Tenho uma opinião, como homem liberal, Vereador:
sonho que, um dia, o pequeno possa se transformar em médio e que o médio possa
se transformar em grande, que prosperem, que tenham resultado positivo. No caso
concreto, a minha colocação é de que a expressão “os grandes supermercados” -
que vejo como restritiva - não invalida que eu encaminhe a minha posição, nem
tampouco a circunstância, para mim estranhável, Dr. Dib, de que essa matéria,
nos quatro anos que por aqui passou, só tenha sido discutida na Comissão de
Constituição e Justiça, porque aqui se criaram alguns mecanismos de que as
matérias, quando são retomadas na votação de uma Legislatura para outra,
retornam, Ver. Bosco, à posição em que elas se encontravam. Ora, se no final da
Legislatura passada a matéria estava na Ordem do Dia e não foi votada, ela
volta, na outra Legislatura, à Ordem do Dia. Aí está a explicação, e nós não
podemos ouvir as outras Comissões.
Agora, pessoalmente, eu não vi nenhuma objeção
quanto ao mérito dessa proposta, a não ser essa feita pelo meu querido e
ilustre amigo Ver. Idenir Cecchim, que disse que isso seria - eu entendi assim
- uma forma de privilegiar alguma empresa. E essa empresa é a Braskem, que eu
sei que é sócia da Petrobras na Refinaria Ipiranga, no Rio Grande do Sul, e que
dessa sociedade gerou uma nova empresa que está fazendo o chamado polietileno
verde ou coisa que o valha, coisa do gênero. Digo mais, ao concluir: quem faz
material bom não pode ser prejudicado. Quem se omite, quem se atrasa na
tecnologia, que arque com as consequências.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLL nº 061/07.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores e Vereadoras; especialmente, Ver. Bernardino e Verª Maristela
Maffei, sou testemunha do esforço coletivo que tiveram em relação a esta
matéria. Participei de boa parte dos seminários que V. Exas
propuseram. Eu acho a matéria, Ver. Cecchim, de alta relevância. Vossa
Excelência trouxe para cá a discussão da floresta, não só da árvore. Essa é uma
árvore de uma grande floresta, de uma sociedade que vive um processo
civilizatório, e há alguns paradoxos, Verª Maristela Maffei. Por exemplo, como
é que o brasileiro lava o carro? O brasileiro compra uma cera bonita, pega a
mangueira, vai para a porta da sua casa, lava o carro, encera o carro e pega
todo o lixo que tem no carro e bota na rua! O Prefeito falava no programa
Jornal do Almoço esses dias o seguinte: “Estamos fazendo duas vezes por semana
coleta seletiva”. Em alguns lugares isso não tem sido bem assim, mas no geral é
verdade. Grande parte dos porto-alegrenses não separa e não quer separar o
lixo, Ver. Mauro Zacher e Ver. Mauro Pinheiro! Saem com seus filhos da escola,
tomam coca-cola e jogam a latinha na rua. Isso eu não resolvo com lei. Há as
garrafas, as águas sanitárias, as Q’boas, tudo isso! Acho que esta Casa precisa
avançar e tratar além das sacolas.
Então, Verª Maristela Maffei, quem tem cem por
cento de vontade de votar nesta matéria e que até tem um pouco de compreensão,
talvez não tanto quanto V. Exª e outros que se debruçaram mais... Quero dizer
que esta Emenda é nova, é de 2010, eu acredito que esta Casa ainda não a
discutiu. Pode ter discutido o Projeto, pode ter discutido o Substitutivo, mas
não discutiu a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01, que apresenta termos
técnicos muito qualificados. Eu gostaria que o Presidente Nelcir Tessaro, em
uma reunião, pudesse dialogar conosco, com profundidade, sobre isso; estou
sugerindo a V. Exª que use da prerrogativa que tem para pedir que esta matéria
seja adiada por cinco Sessões. E que V. Exª também nos convoque, de preferência
hoje, dizendo: “Olha, eu estou trazendo aqui para debater especialmente a
Emenda nº 01”. Eu acho que ela tem qualificação. Eu confesso que não me sinto à
vontade para votar esta matéria do ponto de vista dos termos técnicos, Ver.
Toni Proença.
A democracia representativa e participativa é
fundamental, mas há outra democracia que, para mim, é muito mais importante, é
a de você tomar uma decisão em qualquer instância sobre a qual tenha
conhecimento. Eu, por essa absoluta falta de conhecimento... Eu não sou ninguém
para levar essa matéria a não ser votada hoje. Este Plenário é que vai tomar a
decisão, nem sei se V. Exª vai pedir ou não, apenas estou dando uma sugestão,
porque acho que o Ver. Idenir Cecchim levantou algumas questões.
Eu quero dizer que, no Brasil, há monopólio sobre
tudo, e o monopólio dessa matéria é da Petrobras. A Braskem não fabrica sacola,
ela pode fabricar produtos que fazem sacolas. Tenho pela Braskem um carinho e
um respeito muito grande, é uma empresa que tem trabalhado muito pelo meio
ambiente. Esta Casa tem uma relação muito qualificada com a Braskem. Então,
para que não fique o dito pelo não dito, acho que seria importante fazermos uma
reunião. Quem produziu o Projeto, quem produziu o Substitutivo, a Emenda e
aqueles que vão votar querem uma Cidade melhor, Mauro. Agora, nós estamos
tratando da árvore, não estamos tratando da floresta. Quem sabe, a partir dessa
árvore, nós possamos nos estender para a floresta. Existem sacolas, em
determinados mercados, que não conseguimos chegar nem a meio metro de tão
fedorentas que são. Vamos deixar continuar isso desse jeito?
(Aparte
antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Não sei. Não vou
dizer, não vou criar rótulos, Ver. Alceu Brasinha! Eu não sou defensor de um
nem de outro; como V. Exª, sou defensor do povo.
Acho que nesses
termos fica a reflexão com V. Exª, se podemos fazer mais, não para pedir a
prorrogação, mas para fazermos um debate na semana que vem, ou nesta semana,
sobre o tema. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apenas para
esclarecer: o adiamento da discussão já foi dado, não é possível adiar a discussão.
O Ver. Beto Moesch
está com a palavra para discutir o PLL nº 061/07.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, em primeiro lugar, Verª Maristela
Maffei e Ver. Bernardino Vendruscolo, eu quero, sinceramente, parabenizá-los. O
simples fato de debatermos este assunto, já há tanto tempo, é algo importante
para a Casa. Então, méritos aos autores, à Verª Maristela Maffei e ao Ver.
Bernardino Vendruscolo.
Até em virtude do
amplo debate, o Projeto foi sendo alterado. O Projeto original previa, Ver.
Idenir Cecchim, que está muito interessado no tema, que os plásticos, se
utilizados, deveriam ser reciclados - ou o material utilizado pelo
supermercado. Ver. Idenir Cecchim e Ver. Reginaldo Pujol, que falavam sobre
tipos de materiais, o problema não é o plástico. O problema não é o plástico,
Ver. Pedro Ruas. O problema são todos os materiais utilizados abundantemente e
indevidamente pelo ser humano: a madeira, o papel, as roupas... Esse é o
problema, Ver. Mauro Pinheiro. O problema não é o tipo de material, embora, é
claro, alguns materiais sejam mais tóxicos e perigosos e menos biodegradáveis.
O problema está no abuso que a sociedade, a humanidade, faz em relação à
utilização em demasia dessas embalagens. Esse é o problema. A mesma coisa em
relação ao basalto. O problema não é o basalto, Ver. Idenir Cecchim; a questão
é o uso demasiado do basalto, mais do que se necessitaria. E o próprio basalto
pode ser reaproveitado, reciclado. Assim também o plástico, o papel, a madeira.
Essa é a essência da sustentabilidade.
Lamentavelmente, os projetos não enfrentam essa
questão, Ver. Mauro Zacher; não enfrentam, e, na minha opinião, Porto Alegre
deveria enfrentar, como faz Goiânia, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo,
Europa, Estados Unidos; a China encarou isso. Ver. Pedro Ruas, novamente nós
estamos atrasados no tema. Aliás, não conseguimos sequer aprovar a proibição do
cigarro em ambiente fechado! Coisa já por demais óbvia mundo afora. Mas há
movimentos importantes. Ver. Mauro Pinheiro, V. Exª é do ramo: a Associação
Nacional dos Supermercados - é uma notícia recente - está numa campanha
institucional para reduzir 40% das embalagens. Vejam que eles não falam em
sacolas plásticas, porque o problema não é o tipo. Eles estão num movimento
institucional para reduzir 40% das embalagens fornecidas pelos próprios
associados de supermercados. Isso é importante. Mesmo sem lei - embora eu ache
que seja necessário lei, sim -, a própria instituição supermercadista nacional
entende que ela precisa entrar no processo de redução de embalagens.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentá-lo
por esta informação e dizer que o setor supermercadista está preocupado há três
anos com a situação. Eu estive no Congresso da Agas, e o Presidente nacional da
Agas já se preocupava com a diminuição do uso das embalagens de plástico.
Então, eu acho que o mercado vai estabelecer isso, e não com uma lei dando
exclusividade para alguém.
O SR. BETO
MOESCH: Perfeito.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Ver. Beto Moesch, o Ver. João Bosco Vaz se inscreve
e cede seu tempo a V. Exª, que poderá usar da palavra por mais cinco minutos.
O SR. BETO
MOESCH: Vejam, esse é um dado importante.
Outro dado: não há uma exclusividade aqui, Ver.
Cecchim, no produto. Está aqui o Freire, da Braskem. Nós temos, para quem não
sabe, o Polo Petroquímico, que é exemplar para o mundo em termos ambientais.
Todo polo impacta, mas, em termos de polo, a Copesul e agora a Braskem são exemplares.
E mais: inova no plástico verde, Verª Maristela Maffei, autora do Projeto. Mas
no Projeto não se está dizendo que tem que ser o plástico verde, que é um
avanço, sim, tecnológico e um orgulho da tecnologia brasileira. Poderá ser o
plástico verde, poderá ser o plástico tradicional - é o que diz a Emenda n° 01
ao Substitutivo n° 01. O Projeto de Lei original é que dizia que somente
poderia ser de material reciclado.
O que eu queria colocar em questão é o seguinte: em
primeiro lugar - isto é universal -, nós precisamos evitar - evitar! -, depois
reaproveitar, para, então, reciclar. O Projeto não enfrenta essa questão. Por
que não apresentei Projeto de Lei ou Emenda para estabelecer aquilo em que
acredito - não porque eu acredite, mas por ser um princípio universal adotado
nos países europeus, em várias cidades brasileiras já, na China, nos Estados
Unidos -, que é forçar o consumidor a levar a sua embalagem para carregar as
mercadorias? Isso é o princípio universal da sustentabilidade. Sobre o resto, com
todo respeito, não se pode falar em sustentabilidade, aí vai se falar em
qualidade do material, Ver. Airto Ferronato, aí sim. Então, estamos discutindo
a qualidade do material, que é importante também. Até porque uma rede
supermercado já está adotando uma sacola de plástico mais forte, que tem até
dicas ambientais no lado inverso, mas, vejam, os empacotadores são orientados a
colocar um mínimo de produto possível dentro de cada sacola. Portanto, nós
levamos várias sacolas poucos preenchidas, por quê? Para satisfazer o
consumidor, não podemos deixar a sacola cheia. Então não adianta termos uma
sacola mais resistente! O discurso que se coloca aqui, ao menos na Emenda nº 01
ao Substitutivo nº 01, de que, com sacolas mais resistentes, vamos precisar
usar menos sacolas plásticas não confere com o que vemos no dia a dia da rede
de supermercado a qual referi.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, a questão era exatamente quanto à Emenda, no sentido de que
V. Exª pudesse ser mais direto, não que não esteja sendo, mas quanto à Emenda.
O entendimento da Emenda é que, por ser um material mais resistente, vai
diminuir o número de sacolas. Só nessa linha é que eu gostaria que V. Exª
falasse um pouquinho mais, se for possível.
O SR. BETO
MOESCH: Eu entendo que, pelo que eu falei, se não houver uma orientação para
empacotador, o que não está ocorrendo, vamos continuar levando sacolas
plásticas mais resistentes, com pouca mercadoria, o que poderia ser feito com
plástico menos resistente ou com papel menos resistente. Temos que ter cuidado,
porque o problema não é necessariamente sempre o plástico, e sim o número de
embalagens. Para onde vai isso? Para aterros sanitários, para o nosso aterro
sanitário. Uma família porto-alegrense adquire 300 sacolas de plástico por mês
e usa, no máximo, cinquenta para os resíduos domésticos. Para onde vão as 250
que sobram?
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir
o PLL nº 061/07.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes, vejo que na tarde de hoje já se
discutiu com bastante propriedade e profundidade esse tema. Eu já estava
inscrito há algum tempo, acho que a exposição do Ver. Beto Moesch, como sempre,
contribui bastante para a nossa exposição e reflexão.
Eu tenho dito já há algum tempo que o mundo moderno
se preocupou em produzir e distribuir bens, só que a preocupação com o produzir
e distribuir esteve e ainda está descasada da questão de qual é o refluxo dessa
grande quantidade de resíduos que a sociedade gera. Se formos verificar os
materiais produzidos, veremos que eles vêm com uma quantidade de embalagem que
encarece substancialmente o produto, embalagem com desenho apelativo de consumo
para as crianças na maioria das vezes, e nós não temos como dar fim e cabo a
esse material, que se transforma em resíduo. Eu não me canso de dizer que,
desde os primeiros dias em que se lançou em Porto Alegre a coleta seletiva do
lixo - aí eu digo que me valho da posição do Ver. Beto Moesch -, estive
presente incentivando este tipo de ação na Cidade: a seleção do material
reciclável e não reciclável; que, desde as famílias, se faça essa seleção e
distribuição.
Meu caro Ver. Toni Proença, a questão começa por aí: em casa, a esmagadora maioria das famílias
porto-alegrenses não faz essa separação! Aquelas famílias que fazem a separação
do lixo encontram um segundo problema, que, em Porto Alegre, é grave: não é tão
verdade assim esse rigor na prestação de serviços por parte da Prefeitura. Não
estou falando do Governo atual, estou falando de todos os Governos. Não há uma
coleta seletiva inteligente e apropriada. A família que sai de casa pela manhã
e coloca o lixo sólido ou reciclável na frente da sua casa não sabe qual é a
hora que passa o caminhão que vai coletar esse material. O primeiro problema é
a seleção dentro de casa, e a segunda questão é a busca desse material por
parte da Prefeitura. Não havendo essa sincronia por parte da Prefeitura, tem
acontecido um terceiro e grave problema para aqueles que se preocupam com a
separação do lixo, que colocam o lixo reciclável nos dias de coleta pela
Prefeitura: o caminhão não chega no horário definido, e o que acontece? O catador
de lixo vai lá, abre toda a sacola com material reciclado, e, se ele só quer
garrafa, deixa o restante do material espalhado na frente das casas, nos
canteiros e no meio-fio. Aí vai outro catador que não quer garrafa, só quer
plástico... Está terminando o meu tempo, mas quero dizer que esse é um problema
mais grave do que a questão da sacola.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 061/07.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, a
Verª Maristela Maffei, que fez este Projeto, mostra a preocupação desta Casa
com o meio ambiente. Com certeza, todos os Vereadores têm uma preocupação com o
meio ambiente. Agora, não é por alguém ser contra ou a favor em relação a este
Projeto, referente ao uso das sacolas plásticas, que se é contra o meio
ambiente ou a favor dele. Todos nós aqui estamos preocupados com o meio
ambiente.
Na minha opinião,
este Projeto é um pouco equivocado na questão da proibição. Acho que temos que
partir para a educação das pessoas. Não é o Parlamento que vai proibir ou
determinar qual tipo de material deve ser usado. Se a nossa preocupação é tão
grande com o meio ambiente, então que tivéssemos uma atitude radical: tornar
proibidas as sacolas plásticas nos supermercados! Agora, dizer que essa pode,
aquela não pode... Torna-se uma questão de difícil aceitação, por quê? Porque
esse tipo de material, pelo que se discute aqui nesta Casa, Ver. Alceu
Brasinha, só pode ser fornecido por uma única empresa. Eu sou da mesma linha do
Ver. Idenir Cecchim, acho que temos que evitar o monopólio de qualquer forma,
porque, sempre que há um monopólio em determinado setor, por melhor que seja a
atitude que queremos ter, não é bom nunca. Se tivermos um monopólio, vamos ter
uma única empresa, então como vamos controlar o preço, os valores? Como vai
haver a concorrência? O pensamento da Vereadora, quando fez este Projeto, foi
um; mas, na verdade, este tipo de Projeto acabou sendo ruim. Não sou favorável
a nenhum Projeto, a nada que possibilite o risco de haver algum tipo de
monopólio.
Hoje, quando se
percorre os corredores de qualquer supermercado de Porto Alegre, do Estado ou
do Brasil, encontram-se inúmeros produtos, Ver. Beto Moesch, que são, cada vez
mais, descartáveis. Então, não adianta somente a sacola plástica. Temos que,
realmente, ter uma preocupação geral. Não adianta atacar só as sacolas
plásticas; e o restante dos produtos? Quase tudo que se encontra no corredor do
supermercado é descartável. Sou muito mais favorável a criarmos um debate para
conscientizar as pessoas. Em vários supermercados aqui no Rio Grande do Sul há
essa preocupação, isso não é uma preocupação só destes Vereadores. Os
supermercadistas se preocupam com as sacolas plásticas, tanto é que há
supermercados aqui no Rio Grande do Sul que construíram uma metodologia de
educar seus clientes para que eles comprem a sacola retornável. O Supermercado
Lanz, em Igrejinha, criou um mecanismo pelo qual as pessoas compram uma sacola
que é feita, através de um convênio, por penitenciárias e ainda dá pontuações,
trazendo premiações para aquele cliente que traz a sua sacola retornável. Essa
é uma forma de educação.
O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro - só para corroborar -,
veja os números do custo do lixo em Porto Alegre, por ano: 24,8 milhões. Só o
aterro Minas do Leão, aquilo que não é reaproveitado, aquilo que não é
reciclado, custa 11,6 milhões por ano. Mais a coleta de transporte: 13 milhões.
Veja o custo do não reaproveitamento e da não reciclagem só no Município de
Porto Alegre. Quem paga somos nós, sociedade.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver. Beto
Moesch, pela contribuição.
Então, o que nós
temos que ver é a educação das pessoas e não a proibição deste ou daquele
material, o que ocorre de uma forma perigosa. Eu sou a favor, sempre, da
conscientização das pessoas. Já existem inúmeros supermercados, Ver. João
Antonio Dib, preocupados com a sacola plástica, estão trazendo conscientização
aos seus clientes. Nós temos que levar conscientização para os clientes em
relação ao uso adequado da sacola. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 061/07, por cedência de tempo
do Ver. Alceu Brasinha.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Alceu
Brasinha.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras,
eu, realmente, não quero fazer um pingue-pongue, como o Presidente me repreendeu
aqui, não foi minha intenção causar transtorno para a Sessão. Eu só queria
dizer que me chamou atenção o Projeto e eu até expliquei que cheguei neste ano
aqui na Câmara e tenho um pouquinho de dificuldade para entender, não tenho a
luz que a maioria dos Vereadores têm aqui. Por isso a minha preocupação.
Quando eu falo do
monopólio, seja ele qual for, Ver. Pujol... Ninguém vai me colocar aqui contra
a Braskem, contra a Petrobras. E, se me colocarem, também não há problema
nenhum, não bebo na moringa de ninguém. Eu não tenho nenhum problema. Quero
dizer que tanto a Petrobras quanto a Braskem têm todo o meu respeito quando
conseguem fazer produtos que ajudam a natureza, que contribuem para o bem-estar
das pessoas, que ajudam o progresso. Então, isso tem o meu aplauso total. Isso
não tem a ver com o Projeto que está aqui, são duas coisas diferentes. O
Projeto do plástico verde tem todo o meu apoio - seja a Braskem, seja a
Petrobras, todos -, terá o meu apoio e o apoio de todos os Vereadores. Nós
estamos cuidando do que aqui estamos exigindo dos grandes e pequenos
supermercados e da própria população.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, claro, eu também não tenho nada contra o
Projeto; aliás, sou favorável a votar o Projeto. Mas sou contra a
monopolização, tem que haver concorrência. Hoje a concorrência se faz
necessária; não é só um fabricante, a Braskem. Eu sou contra o monopólio.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Eu acho que a Braskem pode continuar com o monopólio, sem problema
nenhum, porque ela tem competência para vender os seus produtos, tem qualidade.
Só não pode ser imposto por uma lei. O Ver. Braz fez uma força extraordinária
para dizer que é e não é obrigado, não é, Ver. Braz? Quer dizer, se fornecer sacola
plástica, tem que ser aquela; não é obrigado, mas, se fornecer, tem que ser
aquela. Ver. Braz, o senhor, talvez, seja um dos mais inteligentes, eu já lhe
disse, mas não conseguiu me convencer.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido amigo
Idenir Cecchim, imagine Vossa Excelência... Tenho certeza de que V. Exª é um
grande defensor da natureza.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sim, sou.
O Sr. Luiz
Braz: Se pudermos ter sacolas plásticas que não agridam a natureza, independente
de quem é o fabricante - não interessa para nós -, eu acho que essas sacolas
têm que ser utilizadas. Então, como a Braskem, por exemplo, é fabricante
daquele plástico verde... Então, eu acho que esses produtos que são os melhores
têm que ser utilizados. Isto foi o que colocamos na nossa Emenda: se for
utilizada a sacola plástica, tem que aquela que tem possibilidade ser
reciclada.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Eu assino embaixo, na sua argumentação, desde que faça uma vírgula e
diga: “Ao mesmo preço do outro material”, ao mesmo preço. Aí, eu estarei de
acordo. Aí, juntos, nós vamos defender a natureza.
Eu só estou usando a tribuna para dizer que não tem
nada, não é porque está aqui, agora... Quando subi à tribuna antes, não vi que
estava presente o representante da Braskem, senão o teria citado, o nosso amigo
Freire, que está aqui, é um homem que participa das atividades sociais e
econômicas da Cidade, para a nossa honra. Freire, eu não tinha te visto, mas,
se tivesse, teria falado a mesma coisa. O problema não é pessoal, não é a
empresa; o problema é o monopólio. Eu estou muito preocupado com o mercadinho
do Jardim Sabará, do Sarandi, que não vão mais conseguir dar aquela sacolinha
plástica para os seus clientes, porque, se derem sacola plástica, tem que ser aquela.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Sebastião Melo e outros, que solicitam adiamento da votação do PLL nº 061/07
por cinco Sessões. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, este Projeto de Lei ingressou na Casa em abril de 2007, Ver.
Mauro Pinheiro. Retornei a esta Casa e, nesse tempo, já por duas vezes o
Projeto esteve na Ordem do Dia e, nas duas vezes, foi adiado. Agora não se adia
mais a discussão: está-se adiando a votação. Para quê? Para que as pessoas
conheçam melhor o Projeto e façam alguma alteração nele? Não é possível;
encerrada a discussão, não cabe mais Emenda a este Projeto! Então, este Projeto
será votado hoje ou daqui a cinco dias com o que ele tem ali dentro. Ora, eu
acho muito difícil que, daqui a cinco dias, as pessoas mudem de posição, que o
Ver. Cecchim queira votar a favor e que eu queira votar contra - eu continuarei
querendo votar a favor.
Hoje pela manhã, Ver. Tessaro, quando se colocou a
priorização da votação, o Ver. Mauro Pinheiro estava lá conosco, eu fiz a
pergunta: “Mas é para votar este Projeto?”, e responderam: “Agora é para
votar”. Ora, se nós vamos ficar toda a tarde aqui discutindo este Projeto para
votar daqui a cinco Sessões, por que colocamos em discussão no dia de hoje? Eu
acho que querer adiar por cinco Sessões, por três, por duas, por quatro é um
direito que assiste a todos os Vereadores que queiram assim proceder e que
venham a requerer isso, Ver. Bernardino. Eu acho que é um direito, não há a
menor dúvida quanto a isso. O que eu estou fazendo aqui na tribuna? Estou
explicando o que eu não precisava explicar, Ver. Sebastião: o meu voto
contrário a esse adiamento. Se existem Vereadores convencidos de que este
Projeto é ruim, vieram a se convencer agora, então votem contra, pombas! É um
direito tranquilo!
É como diz o Ver. Cecchim: posição a gente não
esconde, a gente abre! Os votos aqui são abertos, e é um atraso até que nós
tivemos! Nós invertemos alguma lógica, porque o voto secreto sempre foi um
avanço na civilização. E aqui nós resolvemos abrir o voto, constrangendo
algumas posições na hora de votar. Eu nunca vou ser constrangido! Eu vim à
tribuna e dei as razões por que vou votar a favor. O adiamento, no meu modo de
ver, Sr. Presidente, é uma protelação absolutamente desnecessária. Por isso,
estou encaminhando em contrário e concitando o Ver. Brasinha, o Ver. DJ Cassiá,
o Ver. Paulinho Rubem Berta, o Ver. Thiago, enfim, porque nesta Casa a gente
tem que decidir. A gente tem que votar a favor ou contra! O que não se pode é
ficar eternamente protelando as decisões.
Este Projeto não fui eu que inventei, ele está tramitando
na Casa desde abril. E foi dito, aqui na tribuna, que foram feitos seminários a
respeito da matéria, Vereador, com grandes discussões, com várias Emendas, com
Substitutivos; o Ver. Adeli com Substitutivo, o Ver. Nelcir Tessaro com
Substitutivo. Entrava e saía Substitutivo! Aí chegaram com endereçamento de que
deveria ser votado hoje. Agora, quando está tudo decidido, Ver. Braz, vem a
protelação: mais cinco Sessões! Por mim, vota-se agora e já, cada um de acordo
com as suas convicções!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento que solicita o adiamento da votação do PLL
nº 061/07 por cinco Sessões.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Presidente Tessaro, colegas Vereadores, caríssimo
Ver. Reginaldo da Luz Pujol, a quem todos nós dedicamos um carinho muito
especial, eu quero dizer que a faculdade de pedir adiamento de votação é de V.
Exª, minha e dos demais trinta e quatro Vereadores desta Casa. Não fui eu que
inventei isso. Eu não serei o último a pedir neste ano, nem no ano que vem, nem
nos próximos anos. Então, “vamos devagar com o andor que o santo é de barro”.
Isso é regimental e legal.
Em segundo lugar, a Verª Maristela Maffei anuiu;
quando eu vim à tribuna, ela me disse: “Se o senhor pedir o adiamento, eu
topo”. E só não muda de ideia quem não as tem! E a Vereadora mudou de ideia.
Ela quer votar, é um direito dela, e não sou eu que vou dizer o contrário.
Quero dizer o seguinte: desobrigo todos os que assinaram, começando pelo Ver.
Pedro Ruas, que disse que a autora quer votar; não há problema nenhum. Eu
convidei para assinar, não obriguei ninguém a assinar, e todos estão liberados
para retirar as suas assinaturas. Ponto. Eu mantenho a minha assinatura e fico
muito honrado em perder do Plenário, porque a democracia é isso. Não há nenhum
problema.
Eu não discuti o Projeto, eu discuti uma Emenda que
entrou no ano de 2010, uma Emenda técnica e que tem profundidade. Ouvi um
colega que foi Secretário da SMIC, que é Vereador - como poderia ter ouvido o
Ver. Brasinha, o Ver. Nilo, o Ver. DJ - dizer que tinha dúvidas sobre a
matéria. Eu estou usando do benefício da dúvida para dizer o seguinte: quem
sabe este não seja um Projeto para 100% votar favoravelmente? Pois nós estamos
tratando do meio ambiente! Se não querem adiar por cinco Sessões, que marquem
duas, uma, não há problema nenhum! Eu mudo o Requerimento agora! Mas, se
quiserem votar, votem! Eu não inventei esse processo, Ver. Toni; acho o debate
altamente salutar. Estou nesta Casa há dez anos, Ver. Pujol, e já ajudei a
levar Sessões até às 2 horas da madrugada, quando, praticamente sozinho,
sustentava as Emendas que fazia nesta Casa, quando eu era da oposição! Acho que
a maior riqueza que esta Casa tem é o debate; se não tiver debate, não há razão
para ela existir! Quando esta Casa vota muito apressada, às vezes a Cidade
perde e, às vezes, ganha.
Vim aqui com boa-fé, como todos aqui; vocês não me
ouviram dizer que sou contra o Projeto. Eu sou favorável ao Projeto, quero
ajudar a construir, mas agora chegou alguém aqui que representa os mercadinhos
pequenos e lançou dúvidas: “Por que nós vamos fazer o debate na quinta-feira?”
Está bem! Eu volto para dizer que não estou aqui para quebrar acordo de Mesa.
Não faço isso, não é do meu feitio, mas não é a primeira vez que se acorda na
Mesa e alguém levanta outra ideia. Então, se o meu Líder deu acordo, eu vou
consultá-lo. Ver. Raul, se V. Exª deu acordo, mesmo não tendo me consultado,
como é o meu Líder, não há problema nenhum. Não sou eu que vou criar empecilho,
posso retirar o Requerimento. Portanto, essa é a minha contribuição com o fito
de contribuir e jamais de criar polêmica sobre o tema. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo e
outros, que solicitam adiamento de votação do PLL nº 061/07 por cinco Sessões.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu assinei o Requerimento, assim como os Vereadores Melo, Cecchim e outros, e
mantenho a minha assinatura. Quero explicar por que acho que deve ser adiado.
Em primeiro lugar, Ver. Pujol, se houve debate
sobre sacolas plásticas nesta Casa, ele aconteceu na Legislatura passada,
quando mais da metade dos Vereadores que hoje estão aqui não estavam. Portanto,
deveria haver um novo debate, porque estamos em outra Legislatura, e os
Vereadores que votarão o Projeto não estavam presentes naquela oportunidade. Em
segundo lugar, tenho uma grande dúvida. A Emenda nº 01, no seu parágrafo 2º,
diz o seguinte (Lê.): “As sacolas tipo camiseta confeccionadas em materiais
poliméricos recicláveis (resinas plásticas) deverão atender à norma da ABNT NBR
14.937, de 31 de outubro de 2005, que estabelece os parâmetros de qualidade no
sentido de permitir o consumo racional e, consequentemente, a redução
significativa do número de sacolas distribuídas”. No seu parágrafo 3º consta
(Lê.): “Não será permitido uso de aditivos tipo oxidegradáveis nos polímeros
utilizados para a confecção de sacolas, pois a degradação do material com uso
destes aditivos não atende à norma vigente, a ABNT 15.448-2, de 14 de fevereiro
de 2008, que preconiza a degradação de polímeros biodegradáveis”.
Eu gostaria que um único Vereador se inscrevesse,
viesse aqui e me explicasse que normas técnicas são essas, o que significam e
qual é o tipo de sacola que será, a partir de agora, utilizada. Se os
Vereadores me explicarem - porque eu não conheço, não sei quais são essas
normas técnicas -, eu poderei votar num Projeto que proíbe qualquer outro tipo
de sacola de plástica, Ver. Melo, sendo que a única sacola plástica que vai ser
possível é essa dessas regras. Talvez, no debate na Legislatura passada, essas
normas técnicas tenham sido explicadas, mas nesta Legislatura não o foram,
infelizmente não as conheço e gostaria de saber. Eu sou a favor do meio
ambiente e gostaria até mesmo que fosse proibido qualquer tipo de sacola
plástica em supermercado, que se usasse a sacola retornável; que todas as
pessoas saíssem de casa com a sua sacola retornável, fossem até o supermercado
e que houvesse algum tipo de premiação para que levassem a sua sacola de casa.
Agora, eu não posso votar na lei se não consigo realmente entender qual é o
tipo de sacola plástica. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo e outros, que
solicitam adiamento de votação do PLL nº 061/07 por cinco Sessões.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, meu amigo Ver.
Mauro Pinheiro, V. Exª fez uma boa referência desta tribuna ao dizer que, se um
único Vereador viesse aqui explicar do que se tratam essas normas técnicas, V.
Exª poderia até mudar o seu posicionamento. Eu vim tentar pelo menos, porque eu
li as duas normas da ABNT que estão referenciadas no Projeto, vou tentar
explicar do que se trata.
Vossa Excelência é um mercadista, também cuida do
seu mercado e sabe que não apenas no seu mercado, mas em muitos mercados,
muitas vezes, o comerciante fornece um tipo de sacola que, quando as pessoas
colocam lá as suas mercadorias, não resiste, ela é fraca. Quando se coloca lá
um pacote de arroz, um pacote de feijão, um pacote de massa, dali a pouco ela
arrebenta. Essas normas da ABNT dizem que a sacola a ser fornecida no
supermercado tem que indicar inclusive a quantidade de peso que ela suporta. Essa
é a última norma da ABNT citada no Projeto. A norma técnica diz que, quando V.
Exª for fornecer uma sacola plástica no seu supermercado, tem que estar citado
o que ela aguenta, se é resistente para 10 Kg, 20 Kg, 30 Kg. Então, essas são
as normas técnicas que estão citadas ali, exatamente para que não seja
fornecida qualquer sacola para os clientes dos supermercados.
Eu acho que é uma boa norma e vem melhorar muito a
relação do supermercadista - muito embora sejam as grandes redes de
supermercado - com os seus clientes, porque é uma espécie de respeito que o
supermercadista deve ter com o seu cliente, deve fornecer para ele uma sacola
que seja resistente e que, ao mesmo tempo, quando for atirada no meio ambiente,
não venha a ocasionar a poluição que aquele outro plástico citado no Projeto, o
oxibiodegradável, produz, porque ele se esfarela todo e se espalha pela
natureza. Por isso foram feitas Emendas, para corrigir os projetos anteriores.
Agora, este Projeto que está aí, com a Emenda e a Subemenda, corrige
completamente as falhas que foram discutidas aqui neste Plenário e o defeito
com relação à Constituição - que seria uma obrigatoriedade fornecer apenas
sacolas plásticas -, isso está corrigido através da Subemenda que colocamos à
Emenda nº 01, que eu acredito que deixa o Projeto bom para ser votado e dentro
dos padrões de funcionalidade que precisamos.
Também acredito que não há motivo para que se adie
a votação; não existem dúvidas a serem colocadas que possam justificar o
adiamento da votação. Sim ou não, eu acho que os Vereadores deveriam se
posicionar hoje com relação àquilo que pensam sobre este Projeto, que vem
assinado pela Verª Maristela Maffei, pelo Ver. Nelcir Tessaro e por outros
Vereadores desta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo e
outros, que solicitam o adiamento da votação do PLL nº 061/07 por cinco
Sessões.
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente
Nelcir Tessaro, Vereadoras, Vereadores, o Ver. Sebastião Melo foi muito
coerente, correto; aliás, sua trajetória é exemplar nesse sentido. Ver. Mauro
Pinheiro, o que V. Exª trouxe aqui na tribuna que me chamou a atenção? Vossa
Excelência disse o seguinte, e com razão: há uma Emenda - esta é uma
justificativa para o adiamento, mas não a única - que, por seus termos
técnicos e por sua recente chegada ao processo e, portanto, ao Plenário, deixa
todos nós sem o conhecimento necessário para votar a favor dela - quase todos
nós, incluo-me nos que não sabem o suficiente sobre a Emenda. Mas nós temos
condições de votar contra ela; por sinal, essa é a posição do PSOL. É a posição
do PSOL - da Verª Fernanda Melchionna e minha - votar contra a Emenda e a favor
do Projeto.
Portanto, Ver. Sebastião Melo, do ponto de vista do
pedido da autora que foi feito a este Vereador - eu disse à Verª Maristela que
falaria, em primeiro lugar, com o Ver. Sebastião Melo, é uma deliberação
pessoal e pública da tribuna -, nós nos sentimos muito à vontade para votar um
Projeto que já está há três anos tramitando na Casa, que já é sobejamente
conhecido, que nós já estudamos, com a coordenação do PSOL, diversas vezes;
temos posição uma favorável, e não é de hoje. Estamos prontos para votar hoje,
amanhã, depois de amanhã, o dia que for. Agora, Ver. João Dib, Líder do
Governo, não conhecemos a Emenda, portanto não podemos votar a favor dela. A
não ser que houvesse o adiamento, mas a autora não quer, e nós vamos votar com
a autora em relação ao adiamento.
Portanto, é a consequência natural, Ver. Pujol, nós
votaremos a favor do Projeto e contra a Emenda. É nossa posição partidária.
Votaremos, neste momento - este é o encaminhamento - pela votação no dia de
hoje, em função de que, repito, o Projeto é conhecido, o Projeto tem a nossa
aprovação, e há um pedido da autora para que se vote no dia de hoje. O PSOL
está com Vossa Excelência, Vereadora. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Foi solicitado um esclarecimento, por alguns
Vereadores, sobre a questão da ABNT. É uma Associação que regula as normas
técnicas e é submetida ao Inmetro, porque o Inmetro cuida justamente de toda a
questão das qualificações...
(Aparte antirregimental do Ver. Idenir Cecchim.)
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Está bem, Vereador, mas é que foi solicitado, e eu
estou querendo ajudar a esclarecer. Pode ser? Muito obrigada. Era isso, Sr.
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo e
outros, que solicitam adiamento de votação do PLL nº 061/07 por cinco Sessões.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu, absolutamente, não queria participar do debate deste
assunto, mas o Ver. Sebastião Melo, com muita clareza, disse que queria ser
informado ou ser melhor informado sobre as Emendas ao Substitutivo, porque,
realmente, é difícil de entender. Ele também disse que o debate engrandece a Casa.
Está absolutamente correto. Também, como ex-Presidente e como Vereador
experiente, ele sabe que, fazendo o adiamento, nós não podemos mexer no
Projeto.
Agora,
eu fico preocupado: se a grandeza desta Casa se faz com o debate, por que não
se faz também com o respeito à Constituição Federal, como bem mostra a
Procuradoria da Casa, que diz claramente (Lê.): “Contudo, o conteúdo normativo
do caput do artigo 1º do
Projeto de Lei, salvo melhor juízo, implica interferência em ramo da atividade
econômica, atraindo, de consequência, malferimento aos preceitos que resguardam
a livre iniciativa e o livre exercício da atividade econômica. [Isso está
acontecendo.]. Constituição Federal, arts. 1º, inciso IV, 170 e 174”. Bem, aí
apresentaram o Substitutivo. O que diz a Procuradoria da Casa (Lê.): “Contudo, o conteúdo normativo do Projeto de Lei, em especial dos artigos
1º e 2º, consubstancia interferência em ramo da atividade econômica, atraindo
malferimento aos preceitos que resguardam a livre iniciativa e o livre exercício
da atividade econômica. Constituição Federal, arts. 1º, inciso IV, 170 e 174”. Parece que o
debate seria enriquecido se considerássemos o que diz a Procuradoria da Casa.
Aí nos diz o Ver. Luiz Braz que a Subemenda
resolve. Não, não resolve! Todos os supermercados de Porto Alegre utilizam
sacolas plásticas. Então não vale o que está escrito: “que fornecerem”. Todos utilizam. Realmente, nós estamos criando dificuldades,
debatendo longamente um projeto que tramita há mais de três anos na Casa, é de
2007. Acho que passamos a tarde toda aqui e não chegamos à conclusão nenhuma. O
que o Ver. Sebastião Melo quer? Que expliquem para ele o que está escrito aqui.
Porque, realmente, falar “Associação Brasileira de Normas Técnicas”, “norma x,
y ou z” não diz coisa nenhuma. Eu sou engenheiro e não sei o que está se
querendo dizer aqui! Problemas foram levantados, e eu acho que, realmente,
temos que atender o Ver. Sebastião Melo, não é só ele que precisa saber, outros
Vereadores também precisam. Portanto, está tudo tranquilo, e deveríamos dar
sequência à longa Ordem do Dia do dia de hoje. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação
nominal o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo e outros, que solicitam
adiamento de votação do PLL nº 061/07 por cinco Sessões. (Após a apuração nominal.)
REJEITADO por 15 votos NÃO, 06 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação nominal,
solicitada pela Verª Maristela Maffei, o
Substitutivo nº 01 do PLL nº 061/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 07 votos NÃO.
Passamos à Emenda nº
01 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 061/07. (Pausa.) Ver. Luiz Braz, para
aprovar a Subemenda, tem que aprovar a Emenda.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 do
PLL nº 061/07.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, eu gostaria
de fazer um esclarecimento. Está muito estranha essa votação. Não tem como
refazer o painel, Presidente?
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não, é que a troca de votos só pode ser feita
depois de fechado o painel. Ela não pode ser feita antes. É assim a norma.
O SR. PEDRO
RUAS: O que acaba acontecendo? O Ver. Sebastião Melo já faz um indicativo
aqui. É que da maneira como está, eu respeito a informação de V. Exª porque é
técnica, ficou um pouco ridículo, porque mais da metade dos Vereadores mudou o
voto.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): É que talvez os Vereadores não tenham entendido.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu quero fazer um apelo a Vossa
Excelência. Primeiro, se essa regra for mantida, que a partir de agora todos os
Projetos sejam votados assim.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Mas sempre foi.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Quando terminar a votação, que V. Exª pergunte se
alguém quer mudar voto.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Sempre pergunto.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Que essa regra valha daqui para frente. Segundo,
quero fazer um pedido de renovação de votação.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Vereador, essa regra está em vigor desde a sua gestão.
O senhor mesmo fazia isso quando estava na presidência, eu lembro muito bem.
Era o seu procedimento. O senhor perguntava: “Alguém quer trocar o voto?” Foi o
seu procedimento durante toda sua administração.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Presidente, eu não quero polemizar com Vossa
Excelência.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está aqui o nosso Secretário, confirmando.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Não quero polemizar com Vossa Excelência. Regimento
Interno é Regimento Interno, não vou discutir com Vossa Excelência.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero dizer que da tribuna o senhor fazia sempre
isso.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: É que o normal desta Casa não é isso.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Desculpe-me, mas então o senhor não fazia o normal,
nem eu faço o normal. (Após a apuração nominal.)
Aprovada por 14 votos sim, 11 votos não...
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu
faço uma consulta a V. Exª, até porque o Regimento tem mudado quase que
semanalmente. Em situação como esta, cabe renovação de votação?
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Cabe.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr.
Presidente, requeiro renovação de votação.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: A minha
consulta é se podemos fazer essa renovação de votação neste momento. Porque, do
contrário, vai dar confusão.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Esclareço que
a votação será na Sessão seguinte.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Então, a
Sessão tem que terminar neste momento. Esse assunto termina aqui.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agora vamos
colocar em votação o Requerimento do Ver. Sebastião Melo.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, quero
consultar V. Exª se não seria possível uma simples verificação de votação para
corrigirmos qualquer erro que pudesse haver na votação passada. Porque, com a
simples verificação, em vez da renovação, a verificação resolveria todo o
problema.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Diretor está dizendo que é só na simbólica.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, tenho outro Requerimento. Eu estou
aqui sem o Regimento. Vossa Excelência, como autor da Emenda, podia presidir
essa votação na Sessão?
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu nem lembrava que era autor da Emenda.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Portanto, essa votação é nula, se assim for o
Regimento.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passo a Presidência; se houver acordo de
Lideranças, que outro Vereador assuma aqui e se renove a votação. Vou declarar
nula a votação. Realmente achei que a Emenda havia sido suprimida por mim.
Convido o Ver. Mauro Pinheiro para assumir a
presidência dos trabalhos.
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a Presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada por este Presidente,
a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 061/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 16 votos SIM e 09 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada por este Presidente,
a Subemenda n° 01 à Emenda n° 01 ao Substitutivo n° 01 do PLL n° 061/07.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 18 votos SIM e 07 votos NÃO. O
PLL nº 061/07 está prejudicado.
(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 4111/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/10, que autoriza o Poder Executivo a
prorrogar a vigência da admissão temporária de excepcional interesse público de
agentes comunitários de saúde e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Dr. Raul
Torelly: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 29-11-10.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 047/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 4113/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 049/10, que cria e extingue funções
gratificadas do Quadro da Administração Centralizada do Executivo Municipal e
altera a redação da letra “c” do Anexo I da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de
1988, e alterações posteriores. (Assistente, Assistente Técnico e Assessor
Técnico)
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Nilo Santos: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 29-11-10.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 049/10. (Pausa.) A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 049/10.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, eu
penso que uma discussão muito importante para a Cidade é sobre a necessidade de
melhorar o serviço 156, parece que esse é o intuito do Projeto. Nós sabemos as
dificuldades que a população passa quando precisa acessar informações
relevantes via telefone, a partir do 156. Portanto, penso que seria fundamental
que houvesse uma discussão mais acurada dessas funções que estão sendo criadas
e das funções que estão sendo extintas no sentido de pensar na qualificação do
serviço 156, saber em que medida isso, de fato, vai contribuir para que o nosso
serviço 156 seja melhorado.
Digo isso porque o Prefeito Municipal veio a esta
Câmara no dia 12 de novembro - foi bem anterior ao Prefeito Fogaça, no ano de
2009 - trazer os seus Projetos com o intuito, evidentemente, de aprová-los até
o final daquele ano de mandato. Entretanto, estamos a menos de quinze dias
depois discutindo esses Projetos.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Fernanda
Melchionna, acho que V. Exª faz uma confusão, porque não se trata do serviço
telefônico 156, e sim da criação e extinção de cargos.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Do 156, Ver. João Antonio Dib, justamente desse
serviço.
O Sr. João
Antonio Dib: Não está na Exposição de Motivos. Acho que V. Exª tem um outro número.
Está em discussão o PLE nº 049/10.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: O PLE nº 049/10 trata de Assistente, Assistente
Técnico e Assessor Técnico do Município de Porto Alegre, extingue e cria
Funções Gratificadas do Quadro da Administração Centralizada.
Exatamente nesse sentido que eu acho que nossa
tarde foi bastante produtiva, quanto à discussão do Projeto da Verª Maristela,
na mudança das sacolas plásticas dos supermercados, passando para as sacolas
biodegradáveis, o que, de fato, é uma melhoria em termos de perspectiva do meio
ambiente, ainda que eu tenha achado bastante estranha a votação da Emenda
final, já que simplesmente, em 40 segundos, muitos Vereadores e muitas
Vereadoras mudaram de opinião de uma maneira, ao meu ver, diferente, estranha.
De qualquer forma, penso que essas discussões...
Ver. João Antonio Dib, sei da sua sensibilidade, porque, na última discussão
sobre criação e extinção de cargos, V. Exª retirou a extinção de cargos de
operários especializados do DMAE, eu queria o parabenizar. Acho que foi uma
decisão acertada a criação de Psicólogos e Assistentes, mas também da supressão
daquele parágrafo que tirava o operário especializado, porque aqueles projetos
extinguiam 95 cargos. Este Projeto extingue apenas um, mas todos os projetos
subsequentes estão extinguindo e criando Funções Gratificadas, parece-me que
vale a pena fazermos uma discussão mais apurada sobre esses temas, que são
fundamentais para o Município, trata-se da valorização do serviço público.
Nós ainda temos alguns minutos de discussão no
Plenário, peço que, em relação a esses Projetos que estamos discutindo, sobre a
lotação no serviço público, a criação e a extinção de cargos, façamos isso de
maneira mais apurada, enfim, debatendo, de fato, os méritos, os avanços. Na
nossa opinião, extinguir cargos é um demérito para a Prefeitura Municipal,
extinguem-se Funções que, muitas vezes, são fundamentais.
O Sr. João
Antonio Dib: Nobre Vereadora, vou sugerir que seja destacado o art. 2º, que extingue
cargos, e que ele, no destaque, seja rejeitado.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Muito obrigada. Vamos, então, votar a criação dos
cargos e retiramos, novamente, a expressão “extinção de
cargos”. Mais uma vez, parabenizo o Ver. João Antonio Dib, que me parece um
defensor do serviço público. Vossa Excelência, com essa medida, garante a
criação de cargos, garante que nenhum posto de trabalho seja fechado; assim,
nenhum porto-alegrense ficará sem um serviço público de qualidade. Parabéns,
Ver. João Antonio Dib. Encaminho favoravelmente o Projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há mais
quem queira discutir. (Pausa.)
Apregoamos o Requerimento
de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita votação em Destaque ao art.
2º do PLE nº 049/10.
Em votação o art. 2º
do PLE nº 049/10, destacado pelo Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO o artigo destacado. Está retirada a expressão.
Em votação o
PLE nº 049/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 4114/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/10, que cria 2 (duas) funções gratificadas
junto ao Quadro de Postos de Confiança do Magistério Público da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre (PMPA), a serem lotadas em Unidade de Ensino da
Secretaria Municipal de Educação (SMED). (Diretor e Vice-Diretor de Escola.)
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Mauro Zacher: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 29-11-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº
050/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 4115/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 051/10, que altera a Especificação de Classe da
classe de cargo de provimento efetivo de Assistente Administrativo, constante
na letra “b” – das Especificações de Classes – do Anexo I da Lei nº 6.309, de
28 de dezembro de 1988, e institui gratificação aos detentores de cargos
efetivos de Assistente Administrativo que especifica.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Elias Vidal: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 29-11-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº
051/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h44min.)
* * * * *